Quase 900 sul-sudaneses morreram durante uma onda de violência envolvendo tribos que praticam a pecuária rivais entre Dezembro de 2011 e Fevereiro de 2012, afirmou a Organização das Nações Unidas, esta Segunda-feira, criticando o Exército do recém-criado país pela sua incapacidade de proteger os civis.
O Sudão do Sul, que separou-se do Sudão há um ano, vem tentando impor a sua autoridade num país subdesenvolvido do tamanho da França e inundado por armas de fogo.
Num dos episódios mais sangrentos desde a independência, cerca de 7.000 jovens fortemente armados da tribo Lou Nuer atacaram aldeias pertencentes à tribo rival Murle, no Estado de Jonglei (leste), roubando dezenas de milhares de cabeças de gado e sequestrando mulheres e crianças.
Dezenas de milhares de pessoas fugiram das suas casas devido ao incidente, que matou 612 pessoas e desencadeou uma onda de retaliações que provocou outras 276 mortes, segundo relatório da divisão de direitos humanos da Missão da ONU no Sudão do Sul.
A cifra de mortos estimada pela ONU é inferior à apresentada inicialmente pelas autoridades locais, que falaram de 2.000 a 3.000 mortos.
O relatório disse que a missão da própria ONU também não conseguiu controlar a violência por estar carente de soldados e equipamentos.
Em nota, a alta comissária de Direitos Humanos da entidade internacional, Navi Pillay, disse ser vital que “os perpetradores e instigadores de todos os lados sejam responsabilizados”.