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Comunidade não é culpada pela destruição do mangal – defende vereadora

Uma vereadora do Município de Maputo defendeu, Quarta-feira, as comunidades do seu distrito, afirmando que elas não são culpadas pela destruição do mangal ao longo da costa, que tem estado a desaparecer, de forma acentuada, dando lugar a infra-estruturas luxuosas.

Falando durante o seminário sobre o desenho e implementação de um plano de zoneamento e protecção ambiental do mangal da Costa do Sol, a vereadora do distrito Municipal KaMavota, Estrelinda Cossa, disse que os autores da destruição são pessoas “poderosas e que sabem o que querem”.

“Não é uma pessoa qualquer que destrói o mangal”, disse a vereadora, acrescentando que “são pessoas que sabem o que querem”. Nos últimos anos, a zona costeira da cidade de Maputo tem estado a conhecer uma verdadeira corrida a espaços livres, havendo até pessoas que chegam mesmo a pagar milhares de dólares a troco de um pedaço de terra, em que se erguem diversas mansões luxuosas.

Este cenário é bem visível nos bairros da Costa do Sol, Triunfo, Pescadores, entre outros. Aliás, o estudo realizado pela organização francesa Ingerop e cujos resultados preliminares foram hoje apresentados para debate indica que o pântano de Maputo já foi invadido e boa parte de edifícios de Triunfo e outros bairros da cidade estão em perigo de ficarem submersos no futuro.

Além da destruição do mangal, esta situação, em que estão envolvidas nacionais e estrangeiros (incluindo embaixadas) chegou mesmo a prejudicar a segurança alimentar de algumas famílias de renda baixa que perderam as terras onde praticavam agricultura de subsistência.

Afinal, as autoridades conhecem os culpados! A vereadora do distrito municipal KaMavota, onde se localiza o bairro da Costa do Sol, disse que as comunidades seriam culpadas se o mangal fosse destruído para fazer lenha, mas parece que esse não é o caso.

“Estamos a construir cemitérios sem nos apercebermos”, alertou Cossa, momentos depois de considerar que “a destruição do mangal é uma doença sem cura para a comunidade”.

Os pronunciamentos da vereadora também são corroborados por alguns líderes dos bairros do distrito. Antes mesmo da intervenção da vereadora, um dos líderes do bairro da Costa do Sol disse que os autores dos problemas ambientais são pessoas de “posses” que até andam em viaturas com tracção a quatro rodas.

Segundo este líder comunitário, durante a circulação, as referidas viaturas provocam erosão em algumas áreas vulneráveis. Um outro interveniente criticou o sistema de governação por, segundo ele, não ajudar na resolução ou prevenção de problemas ambientais.

“Alguns quando são proibidos de construir num determinado lugar ficam a espera do dirigente sair… e depois deste sair conseguem o aval do outro, as vezes de forma unilateral”, sublinhou.

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