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Começa reflutuação do batelão Cua-Cua

Iniciou, Sexta-feira (29), a operação visando reflutuar o batelão Cua-Cua, que assegurava o transporte fluviomarítimo de pessoas e carga diversa entre Quelimane e Inhassunge, naufragado há sensivelmente 45 dias ao largo do rio dos Bons Sinais, na província central moçambicana da Zambézia.

O director provincial dos Transportes e Comunicações, Alberto Manharage, disse ao “Noticias” que a operação vai demorar um mês e será executada pela empresa Subtec que ganhou o concurso público para o efeito.

Uma equipa de técnicos e mergulhadores daquela empresa já se encontra em Quelimane, a capital da Zambezia, desde a semana passada com parte dos equipamentos que serão utilizados na reflutuação do batelão, cuja operação está avaliada em mais de cinco milhões de meticais alocados pelo executivo.

Durante esta semana, a empresa estava a mobilizar o resto do equipamento, sendo que uma parte chegou a Quelimane por via terrestre e outra via aérea.

Grupos de organizações da sociedade civil, cidadãos e agentes económicos, tanto de Quelimane, como de Inhassunge, questionavam sobre o aparente silêncio das autoridades governamentais sobre a recuperação do batelão Cua-Cua visto que, a sua paralisação, está a afectar sobretudo o segundo ponto e o nível de vida dos seus habitantes, em razão da redução drástica de volumes de mercadorias diversas para as transacções comerciais entre as duas regiões.

A embarcação, construída no Bangladesh, custou ao Estado moçambicano mais de 850 mil dólares norte-americanos, valor que representa metade do orçamento anual para o funcionamento da Saúde na província da Zambézia.

O director provincial dos Transportes e Comunicações, Alberto Manharage, esclareceu que depois do sinistro marítimo, o governo lançou o concurso para a operação de reflutuação.

No referido concurso participaram duas empresas sendo que cada uma realizou estudos visando a recuperação da embarcação.

Esse processo, segundo explicou, demorou um mês e as empresas concorrentes tinham de apresentar as suas propostas orçamentais.

Na ocasião, foi sido escolhida a Subtec que já se instalou em Quelimane com os equipamentos e já identificou os locais onde irá amarrar a embarcação para reflutuação.

Os estudos feitos dão a indicação de que, depois do acidente, o batelão movia-se em duas direcções; ou seja; na maré enchente movia-se para a doca seca e, na maré baixa, em direcção à barra.

O mesmo estudo, segundo Alberto Manharage, indica igualmente que os sedimentos acumulados não são significativos e os tanques residuais estavam vazios, condição que permite reflutuar o batelão.

Entretanto, não foi instaurado nenhum inquérito para apurar as razoes que terão contribuído para o naufrágio do batelão.

Alberto Manharage afirmou que isso só poderá acontecer quando o batelão for reflutuado porque há equipamentos que permitem detectar se houve erro humano, como se alega, ou avaria mecânica.

O “Noticias” ficou informado que, uma semana antes do naufrágio, o batelão tinha problemas mecânicos e flutuava de lado.

Este quis obter a confirmação, mas o director provincial dos Transportes e Comunicações refutou, categoricamente, a alegada avaria e disse que logo que o acidente marítimo ocorreu, o armador, neste caso a Transmarítima, não tinha detectado nenhuma avaria.

“Toda essa informação sairá à superfície quando for reflutuada a embarcação e haverá responsabilização se for o caso de erro humano”, disse.

Entretanto, o Ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, prometeu na sua recente deslocação à Zambézia alocar um batelão de Sofala para operar no rio dos Bons Sinais.

A demora na colocação do referido batelão foi motivo de protestos da sociedade civil mas, Alberto Manharage, explica que o batelão já se encontra em Quelimane em peças.

Segundo a fonte, o processo de montagem e reparação vai demorar um mês e, durante esse período, as pequenas embarcações, como sempre foi antes da chegada do Cua-Cua, vão continuar a assegurar o transporte de passageiros e pequenas cargas.

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