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Cientistas dos EUA avançam para a fusão nuclear controlada

Cientistas americanos ultrapassaram uma etapa considerada crucial para a fusão nuclear controlada – processo atômico que poderia resultar em fonte inesgotável de energia limpa e resolver problemas relacionados a combustíveis fósseis e à emissão de gases de efeito estufa.

Os pesquisadores conseguiram produzir um nível de energia sem precedentes e romper a barreira do megajoule, informou a Administração Nacional de Segurança Nuclear dos Estados Unidos. “Romper essa barreira nos aproxima da ignição por fusão”, disse o administrador do organismo, Thomas DAgostino, em comunicado.

Os cientistas americanos conseguiram produzir um megajoule com a concentração simultânea de 192 raios laser a uma temperatura de 111 milhões de graus Celsius num tubo do tamanho de um apontador cheio com deutério e trítio, dois isótopos do hidrogênio. A fusão nuclear é o motor do sol e das estrelas e sua produção artificial forneceria uma alternativa ilimitada e de geração limpa para substituir o recurso a minguadas reservas de combustíveis fósseis.

No entanto, até agora, a fusão controlada representa um desafio tecnológico para os cientistas, devido às altíssimas pressões e temperaturas envolvidas. No experimento, a energia do laser foi convertida em raios X, comprimindo o combustível até chegar a níveis de temperatura e pressão milhares de milhões de vezes superiores às da atmosfera terrestre, segundo o comunicado.

O processo leva à fusão dos núcleos do hidrogênio, que liberam energia precursora da fusão nuclear. A temperatura produzida pelo dispositivo durante os poucos milionésimos de segundo de duração do experimento, foi equivalente a 500 vezes a energia consumida pelos Estados Unidos nesse mesmo tempo. A energia nuclear pode ser liberada de duas formas: com a fissão nuclear – que já é produzida de forma controlada e surge da divisão de núcleos atômicos de elementos radiativos e pesados como o urânio- e com a fusão nuclear, que em troca une (daí o nome de fusão) os núcleos de hidrogênio para formar hélio, os dois elementos mais leves.

Há 20 anos, os químicos Stanley Pons e Martin Fleischmann causaram sensação ao anunciar que haviam conseguido produzir uma fusão a frio, algo muito esperado por cientistas em sua busca por fontes de energia limpas e econômicas. Mas o anúncio espetacular perdeu força depois que várias equipes de investigação científica fracassaram ao tentar reproduzir a experiência.

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