A economia do turismo da Cidade de Maputo, a capital moçambicana, movimentou um total de 143 milhões de dólares em 2010, gerando 4.116 empregos directos.
Estes dados resultam das projecções do Observatório do Turismo de Maputo tendo como base os resultados do Estudo da Cadeia de Valores de 2009.
Assim, segundo o Presidente da Federação Moçambicana de Turismo e Hotelaria, Quessanias Matsombe, este sector de actividade, embora seja constituído na sua maioria por empresas de médio e pequeno porte, evidencia uma ampla capacidade para a geração de trabalho.
“O turismo é cada vez mais visto como um aliado na promoção da cultura e mais eficaz na geração de empregos relativamente a outras indústrias e na relação directa investimento /emprego gerados, disse Matsombe falando, quarta-feira, na cerimónia de lançamento do Observatório da Cidade de Maputo, que tem por objectivo promover a análise, divulgação e acompanhamento da evolução da actividade turística nesta urbe.
O turismo envolve directamente cinco sub-sector da economia na Cidade de Maputo, nomeadamente Hospedagem, Bares e Restaurantes, Transportes, Artesanato e Comércio.
A estes juntam-se 30 outros sub-sectores indirectos ligados a cadeia de valores. Segundo os dados do Observatório, em termos quantitativos, os três maiores empregadores do sector são a Hospedagem com 1.804, Bares e Restaurantes, com 1.288, e Artesanato, com cerca de 800 empregos. Por isso, Matsombe sugere que indústria de turismo deve assumir um papel de educador, cada vez mais didáctico, no uso e protecção do meio ambiente, “o que, em muitos casos, não acontece”.
“Estamos diante uma actividade com um amplo efeito multiplicador e com uma enorme capacidade de distribuir renda no nosso país”, afirmou, para de seguida explicar que foi na necessidade de estimular a competitividade na indústria de turismo na cidade de Maputo que tornou importante criar o Observatório, hoje lançado.
Segundo ele, o Observatório do Turismo da Cidade de Maputo constitui um meio para apoiar o desenvolvimento do sector privado, estimular a promoção de investimentos do sector e, ainda, estimular e melhorar o diálogo entre o sector privado e o sector público.
“Com o lançamento do Observatório de Turismo na cidade de Maputo pretendemos recolher dados sobre o número de visitantes que escalam a esta cidade, a sua satisfação, o valor gasto durante a visita, a proveniência dos visitantes, entre outras informações importantes que possam contribuir para uma boa gestão deste destino turístico”, explicou Matsombe.
Por sua vez, Frederico Vignati, Consultor Sénior da organização nãogovernamental holandesa, SNV, que vem trabalhando no sector de turismo em Moçambique, indicou que o lançamento do Observatório e’ o culminar de um trabalho conjunto que, durante os últimos dois anos, envolveu várias instituições, tendo como objectivo avaliar o pulsar do sector nesta parcela do país.
Por outro lado, foram realizadas várias iniciativas nas cidades como resultado desta parceria, como são os casos do projecto que visa estimular o empreendedorismo na zona suburbana da Mafalala, arredores da cidade de Maputo, avaliado em 16 mil euros e a nova iniciativa de formação para o mercado informal, financiada pela União Europeia e que vai beneficiar para alem de Maputo, a cidade de Inhambane, sul do país, com um investimento de 200 mil euros, entre outras.
A cerimónia de lançamento do Observatório da Cidade de Maputo foi presidida pelo Ministro do Turismo, Fernando Sumbana, acompanhado pelos representantes da Federação Moçambicana do Turismo e Hotelaria, do Conselho Municipal da Cidade de Maputo e do governo da capital moçambicana.
