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Chissano nomeado conselheiro da fundação Bill e Melinda Gatte

O antigo presidente moçambicano, Joaquim Chissano, acaba de ser nomeado como conselheiro da Fundação para o Desenvolvimento Global Bill & Melinda Gate, revelou na quarta-feira um comunicado de imprensa divulgado em Seattle, a sede desta fundação criada pelo multimilionário norteamericano, Bill Gate e sua esposa, Melinda Gate.

Nesse comunicado, que foi expressamente enviado via e-mail à AIM em Maputo pelos responsáveis desta Fundação criada para apoiar o desenvolvimento dos povos dos países ainda a braços com problemas tão básicos, como é o caso de Moçambique, onde milhares de seus cidadãos morrem ainda prematuramente vítimas de doenças fáceis de prevenir como o de curar, refere que a escolha de Chissano baseouse na sua mundialmente aplaudida liderança política e ganhos que trouxe ao seu povo e à comunidade internacional, e que já lhe valeram vários prémios, destacando-se o que lhe foi outorgado pela Fundação Mo Ibrahim.

Chissano foi apontado para este cargo para substituir o antigo Presidente da prestigiada Universidade norte-americana de Harvard, que teve de deixar esta função por ter sido nomeado pelo presidente Barack Obama para integrar a sua Administração. O antigo estadista moçambicano deverá ser um dos seis membros de um painel de personalidades que terão como missão aconselhar o presidente da Fundação Bill & Melinda Gate, Sylvia Mathews Burwell, numa série de questões relacionados com o desenvolvimento internacional.

Ele deverá também apoia-la na concepção duma estratégia viável para o programa desta fundação e na avaliação do seu impacto no mundo. A Fundação Bill e Melinda Gate foi criada em 2006, e tem como objectivo primordial incrementar as oportunidades, para que as pessoas que ainda vivem num atraso abismal, possam prover o seu auto-desenvolvimento, de modo a sair da pobreza absoluta que neste caso afecta a maioria dos mais de seis biliões de pessoas que habitam o globo neste momento, contando-se entre estes mais de 60 por cento dos mais de 20 milhões de moçambicanos.

Um dos projectos que esta Fundação tem apoiado em Moçambique é o que visa descobrir uma vacina contra a malária, e que está baseado no distrito da Manhiça, em Maputo. Outra das iniciativas mais recentes desta Fundação consiste em dar assistência financeira aos camponeses de vários países para incrementarem a produção da batata-doce, um tubérculo tido como um dos mais ricos em proteínas. A meta é que com estes apoios, dar-se-á aos camponeses dos países em vias de desenvolvimento meios com que possam aumentar as suas colheitas, bem como melhorar outras facetas das suas vidas, como as da sanidade e habitação.

No comunicado, faz-se eco da longa carreira política e de liderança de Chissano, começando pelos tempos em que se filiou no começo da década de 60 à Frelimo quando ainda era uma frente que lutava contra o colonialismo português, passando pela sua participação no primeiro governo pós-independência, em que foi primeiro ministro dos negócios estrangeiros durante 11 anos consecutivos, e depois como presidente do país durante 18 anos.

O comunicado destaca como uma das grandes realizações de Chissano o facto de ter resgatado o seu país da guerra brutal em que esteve mergulhado durante 16 anos contados até 1992, altura em que ele conseguiu chegar a um acordo negociado com o então movimento rebelde Renamo, actualmente maior partido da oposição. Destaca-se também o seu envolvimento na negociação de outros acordos de paz inerentes a vários outros países, como na RD Congo e Uganda, ao mesmo tempo que agora tem estado a negociar uma saída diplomática para a crise política que afecta Madagáscar.

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