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Chefe de pilotos do porto da Beira foi suspenso

O chefe de pilotos do porto da Beira, António Saene Manico, foi suspenso, esta segunda-feira, das suas funções, na sequência do caso relacionado com o navio petroleiro Songa Crystal.

A suspensão de António Manico, mais conhecido pelo último nome, foi confirmada ao nosso jornal por várias fontes ligadas aos CFM – direcção executiva regional centro e a Administração Marítima de Sofala.

Manico é acusado de ter infringido princípios profissionais ao ter escalado um indivíduo incompetente para pilotar o petroleiro Songa Crystal da barra ao cais 12 do porto da Beira, onde funciona o terminal de petróleos.

Trata-se de Pivô Inácio Caravela, um formando na área de pilotagem que não cumpriu sequer metade do período de estágio estabelecido pelo Regulamento para Certificação de Competência de Pilotos de Barra e Porto da República de Moçambique, que preconiza um mínimo de 12 meses.

O caso deu-se na manhã do passado dia 12, tendo o piloto incompetente escalado por António Manico acabado por encalhar o navio. Paralelamente a suspensão, foi criada uma comissão de inquérito para determinar o grau de culpabilidade de António Manico.

O Autarca soube que a referida comissão de inquérito é presidida pelo engenheiro Jeremias do Rêgo, actual chefe do terminal de petróleos do porto da Beira, um profissional conhecido como extremamente rigoroso.

Uma fonte dos CFM indicou ontem ao nosso jornal que além deste caso, pesa sobre Manico o facto de ter escalado Pivô Inácio Caravela outras vezes.

Tal como temos vindo a reportar, é a terceira vez que Pivô Inácio Caravela era escalado por António Manico, mesmo reconhecendo-se que até a data do incidente em que foi responsável por ter rompido os limites do canal, no passado dia 12 de Março de 2011, tinha apenas cinco meses de treino, consequentemente não reunia os requisitos necessários para pilotar.

Pivô Caravela encontrava-se ainda em regime de piloto de barra e porto em formação ou estágio, e o Regulamento para Certificação de Competência de Pilotos de Barra e Porto da República de Moçambique estabelece que os pilotos nessas condições embarcam como ex-tralotação e executam actividades na presença e sob supervisão de um piloto de barra e porto com certificado da classe “A”.

A Administração Marítima de Sofala decidiu igualmente abrir um inquérito contra António Saene Manico, mas ainda não o notificou.

Entretanto, O Autarca soube ontem que Manico terá se precipitado contactando a Administração Marítima nesta quarta-feira, mas aquela autoridade preteriu da oferta do piloto pela simples razão: ainda estão a ser criadas condições técnicas para a audição que deve acontecer brevemente.

Neste momento a Administração Marítima está a inquerir Pivô Inácio Caravela, pelo que Manico só poderá ser ouvido a posterior e em função da investigação em curso.

Pivô Inácio Caravela foi ouvido ontem, mas o Administrador Marítimo de Sofala, António Reginaldo Vilanculos, aconselhou ao nosso jornal para aguardar até a conclusão da investigação para evitar perturbar o processo.

O Autarca soube que António Manico e Pivô Inácio Caravela já solicitaram serviços de um advogado da praça cuja identificação não apuramos ainda. Mas soubemos que o referido advogado teria se deslocado ontem a Administração Marítima na companhia dos seus constituentes, e a sua presença foi considerada irrelevante não tendo sido autorizado a participar da audiência

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