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Chávez nomeia Elías Jaua como novo chanceler da Venezuela

O governo da Venezuela afirmou, esta Terça-feira (15), que o presidente Hugo Chávez nomeou o seu incondicional aliado Elías Jaua como o novo chanceler do país, a decisão de maior peso desde que o líder socialista foi a Cuba para submeter-se a uma nova cirurgia contra o cancro.

Chávez está hospitalizado na ilha comunista e não é visto nem ouvido há mais de um mês, apesar do seus colaboradores indicarem que ele está consciente e a par do que acontece na potência petrolífera.

O vice-presidente, Nicolás Maduro, que está à frente do governo devido à ausência de Chávez, fez o inesperado anúncio durante um evento na Assembleia Nacional em que cumpriu com a tarefa presidencial de fazer um balanço anual do governo.

“Quero informar que o presidente da República acaba de nomear Elías Jaua como ministro das Relações Exteriores”, disse Maduro. Jaua foi vice-presidente de Chávez até Outubro, quando o presidente designou Maduro para o cargo.

O breve evento na assembleia, que contrastou com a longa sessão de Janeiro de 2012 quando Chávez falou durante nove horas e meia, marca a segunda ausência importante do líder socialista. A primeira foi a 10 de Janeiro, quando não se apresentou para a posse do novo mandato conquistado em Outubro, apesar de a Constituição estipular que o juramento deva acontecer nessa data.

A sua ausência alimentou dúvidas sobre a sua capacidade real de seguir no comando. O máximo tribunal do país sul-americano decidiu, semana passada, que embora o presidente ainda não tenha assumido o cargo para o período 2013-2019, o vice-presidente e os ministros continuam nas suas funções.

Reacção

“Estamos a cumprir de maneira impecável a Constituição Bolivariana da Venezuela”, disse Maduro durante o evento na Assembleia Nacional, que tinha vários assentos vazios, uma vez que os parlamentares da oposição abandonaram a sala em sinal de protesto.

Contudo, a medida da oposição não foi unânime, uma vez que apenas 14 dos 65 deputados deixaram a sessão. O evento liderado por Maduro e a nomeação de Jaua desde Cuba causaram a imediata rejeição da oposição, que exige que seja activado o processo constitucional para que uma junta médica decida se o presidente poderá voltar a governar.

“O senhor Nicolás Maduro não é um funcionário de eleição popular. Ninguém lhe votou. Hoje dá-se outro passo contra a Constituição”, disse o deputado opositor Carlos Berrizbeitia. Chávez indicou Maduro como seu herdeiro político antes de ir a Havana para submeter-se à quarta cirurgia em 18 meses.

Numa revelação inesperada, o presidente fez um apelo aos venezuelanos para que apoiem o seu sucessor se novas eleições presidenciais tiverem que ser convocadas.

Subindo a ladeira

Maduro afirmou mais cedo que Chávez recebeu em Cuba parte do seu gabinete e indicou que o líder “vai subindo a ladeira” após sofrer várias complicações numa delicada operação realizada em Dezembro para combater o cancro.

“O nosso comandante está na batalha. Vimos-lhe ontem (Segunda-feira)”, disse Maduro durante o evento com governadores eleitos em Dezembro. “Poderíamos dizer que o nosso comandante vai subindo a ladeira, vai avançando”, acrescentou.

Maduro, o ministro do Petróleo, Rafael Ramírez; o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello; a procuradora Cilia Flores; e o irmão do presidente, Adán Chávez, chegaram a Caracas na noite da Segunda-feira após uma visita de vários dias a Havana, onde receberam os presidentes de Argentina e Peru.

Segundo a informação mais recente do governo, Domingo, a saúde de Chávez evoluiu “favoravelmente” nos últimos dias após uma severa infecção que desencadeou uma insuficiência respiratória.

O governo tenta se mostrar activo durante a prolongada ausência do mandatário, com a inauguração de obras e a celebração de actos públicos, mas a oposição insiste que tanto o vice como os ministros terminaram o seu mandato a 10 de Janeiro.

“O nosso compromisso é trabalhar com confiança, serenidade, com a mesma coragem do presidente Chávez para enfrentar as dificuldades… não estamos a improvisar nada”, acrescentou Maduro.

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