Pouco mais de 600 alunos da Escola Primária Completa de Ribangua, no distrito da Manhiça, província meridional de Maputo em Moçambique, são obrigados a assistir às suas aulas debaixo de árvores.
Segundo uma fonte daquela escola, esta situação deve-se ao elevado número de alunos matriculados naquele estabelecimento de ensino. Actualmente, a Escola possui seis salas de aulas e pouco mais de 900 alunos, que são assistidos por um efectivo de 10 professores.
Em Ribangua, enquanto os agricultores clamam pelas chuvas, os professores fazem o inverso, porque os alunos ficam privados das suas aulas quando chove. Aliás, os 600 seiscentos alunos que estudam por baixo das árvores são obrigados a levar capulanas e esteiras para evitar manchar o seu uniforme.
Este drama não afecta apenas os alunos que estudam ao relento, pois mesmo os que têm o privilégio e o conforto de uma sala de aulas também enfrentam as suas dificuldades. Estas incluem carteiras num elevado estado de degradação e que há muito tempo clamando por uma troca ou reabilitação.
Enquanto isso, outras salas de aulas pura e simplesmente não têm carteiras. Mais ainda, esta reabilitação também é extensiva ao próprio edifício da escola, incluindo a substituição de portas e janelas. As casas de banho daquela escola exalam um cheiro nauseabundo que atenta contra a saúde dos alunos e professores.
Em suma, falta quase tudo na escola de Ribangua. Segundo a AIM, uma fonte da escola explicou que os problemas da escola devem-se a falta de fundos para a sua manutenção que são exacerbados por actos de vandalismo perpetrado por alguns residentes.
“A Escola não tem guardas. Por isso, alguns moradores aproveitam-se da situação para vandalizar a escola, e também usam os balneários da escola de qualquer maneira,” disse.
Questionada sobre os motivos que contribuem para ausência de guardas, a fonte disse que os pais e encarregados de educação daquele bairro, alegam que o ensino é gratuito e, por isso, recusam-se a contribuir para pagar o salário dos guardas.
“Já tivemos guarda durante três meses, mas não conseguimos pagar e saiu. Assim, a escola já não tem protecção ”, lamentou.
A fonte revelou que desde 2001, ano em que a escola foi construída, continuam a aguardar em vão pelo tão ambicionado apoio de uma Organização-não-Governamental (ONG) que, ocasionalmente, tem apoiado aquela instituição de ensino na aquisição de algum material escolar.