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Caso G4s: houve “má fé” no uso excessivo da força pela FIR

Os agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR), uma força de elite da Polícia da República de Moçambique (PRM), agiram de má fé no uso excessivo da força contra os agentes da segurança privada “G4S” durante uma manifestação havida no passado dia seis, na cidade de Maputo.

Esta é a conclusão preliminar a que chegou a comissão de inquérito criada pelo Ministério do Interior para apurar o grau de responsabilidade dos agentes que foram chamados para repor a ordem na sede da empresa ‘G4S’.

De acordo com o Portavoz do Comando Geral da PRM e membro da Comissão de Inquérito, Pedro Cossa, já corre um processo disciplinar contra cinco agentes.

“Há indícios de que alguns agentes agiram de má fé e corre naquela unidade um processo de natureza disciplinar e espera-se que, havendo, serão extraídas partes para abertura de processos crimes”, disse Cossa.

“Já corre processo disciplinar porque o inquérito concluiu haver condições para a aplicação de medidas disciplinares”, acrescentou aquele alto oficial da polícia.

Segundo Cossa, há matéria substancial que responsabiliza cinco agentes no caso de violência “bárbara” contra os agentes de segurança que reivindicavam alguns direitos seus que estavam a ser violados pelo patronato. O pelotão destacado para estancar a manifestação dos trabalhadores da “G4S”, naquele dia, era composto por 12 agentes da FIR.

“Neste momento há substancia que prova a responsabilidade de cinco agentes, sobre os quais já corre processo disciplinar, mas a medida que forem ouvidos em sede do processo, pode ser que o número de agentes com responsabilidades aumente”, afirmou Pedro Cossa.

No passado dia seis, alguns seguranças da “G4S” teriam vandalizado as instalações da empresa, quebrando vidros, grades do quintal, para alem de terem queimado pneus, entre outros danos materiais.

Os motivos do descontentamento destes trabalhadores são vários, sendo de destacar que, mensalmente, os seus ordenados nunca caem na totalidade nas suas contas e, alguns, até chegam a auferir salários que variam entre 100 e 800 meticais (entre cerca de três e 27 dólares americanos).

Os agentes de segurança reivindicam ainda o pagamento de subsídios de férias e de horas extraordinárias. Os mesmos alegam que quando em gozo de férias disciplinares, ao invés de receber um subsídio especial para o descanso, os seus salários são cortados.

Para conter a onda de manifestações, a PRM deslocou-se ao local mas a sua presença foi insuficiente para travar a fúria dos agentes de segurança amotinados.

Logo de seguida, a FIR foi chamada a intervir e, uma vez chegada ao local e com recurso ao gás lacrimogéneo, dispersou em minutos os manifestantes, alguns dos quais foram detidos e barbaramente espancados.

A acção da FIR recaiu em pessoas que não estavam armadas. Houve casos de trabalhadores que foram espancados apenas por falarem a comunicação social.

A acção da FIR foi duramente criticada por vários actores da sociedade e o Governo, através do Ministro do Interior, mandou investigar o caso para apurar responsabilidades, tendo sido criada uma comissão de inquérito.

O desfecho deste caso só vai acontecer após uma nova reunião dos membros da Comissão de Inquérito que deverá elaborar um comunicado final sobre o assunto. Tal reunião deverá ocorrer após terminar a audição dos agentes.

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