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Casas do Fundo de Fomento para Habitação em Khongolote viram refúgio de bandidos

Parte das cerca de 150 casas construídas e vendidas em Khongolote pelo Fundo de Fomento para Habitação (FFH) a pessoas que delas efectivamente não necessitam estão hoje transformadas em tocas de bandidos, de onde planificam e desencadeiam diversas acções criminosas em diversos pontos da Matola e arredores.

As casas foram construídas em meados da década de 90 do século passado, na boa intenção do Governo de vendê-las a pessoas de baixa e média rendas no bairro Khongolote. Só que, como tem sido hábito em Moçambique, quase tudo de bom acaba caindo nas mãos do mesmo punhado de sortudos, ficando a maioria a assistir a “banda a passar”.

Como não podem estar em dois ou mais lugares ao mesmo tempo, andam por aí casas desocupadas com gente aos magotes desabrigada ou a sobreviver miseravelmente. Uma fonte governamental afiançou ao Correio da manhã que a breve trecho essas infra-estruturas serão resgatadas pelo Estado para encaminhamento adequado.

Resgate

A medida será concretizada após a conclusão do trabalho de levantamento do número exacto de habitações não ocupadas mesmo depois de os seus requerentes terem pago na totalidade os valores solicitados pelo FFH, segundo Rafael Rangel, delegado do Fundo de Fomento para Habitação da província do Maputo.

“Já está criada uma comissão mista para proceder ao levantamento do número destas casas pagas e não ocupadas para depois pedir colaboração do Conselho Municipal da cidade da Matola para ajudar na reversão das mesmas”, explicou ao Correio da manhã Rangel, ajuntando que a medida poderia ser executada pelos tribunais, “mas achamos por bem solicitarmos a edilidade da Matola por os tribunais levarem muito tempo a julgar os casos, enquanto as casas já estão a ser usadas por bandidos”.

Intervenção policial

A Polícia da República de Moçambique (PRM) já foi solicitada pelo FFH para neutralizar os criminosos, “só que quando lá vai não os encontra e quando sai eles voltam e não podemos continuar a assistir impavidamente esta situação porque são pessoas que morrem e/ou são despojadas dos seus bens”, lamentou Rafael Rangel.

Rangel falava, esta última segunda-feira, ao Cm à margem de uma cerimónia de lançamento da primeira pedra do projecto integrado de construção de cinco mil habitações, no bairro de expansão de Intaka, na cidade da Matola, num investimento estimado em cerca de 12 mil milhões de meticais, a serem desembolsados pelo Fundo de Fomento para Habitação e um grupo empresarial da China da companhia Henan Guoji Industrial & Development.

O projecto vai ainda construir outras cinco mil habitações dos tipos dois, três e quatro para pessoas de baixa e média rendas das capitais provinciais, pagando o correspondente a menos de 10% por mês, segundo o Primeiro-Ministro, Aires Ali, que dirigiu a cerimónia. Em Intaka, em 18 meses deverão ser construídas cinco mil habitações para uma média de 25 mil pessoas.

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