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‘Cartão vermelho’ a Hosni Mubarak

'Cartão vermelho' a Hosni Mubarak

Os egípcios esperam que um milhão de pessoas marche em direcção ao palácio presidencial para exigir a demissão do Presidente Hosni Mubarak. A marcha parte da Praça Tahrir, no centro da cidade do Cairo, que se transformou no palco principal dos protestos anti-governamentais. Entretanto, o exército egípcio foi citado na imprensa oficial como tendo feito saber que não usaria a força contra o seu próprio povo. Numa declaração, o exército também teria afirmado que considerava legítimas as exigências dos manifestantes.

 

 

Analistas dizem que se essa informação for verdadeira, representará a vontade dos comandantes das forças armadas egípcias e um devastador golpe contra o Presidente Hosni Mubarak. Para voltar a ganhar o controlo das ruas, o líder egípcio necessitaria de, pelo menos, a ameaça de recurso à força do seu exército.

Pouco depois da alegada declaração dos militares, o novo Vice-Presidente do Egipto, Omar Suleiman, apareceu na televisão a dizer que lhe havia sido pedido que começasse a negociar reformas com as diferentes facções políticas do país. Ele anunciou que seriam repetidas as eleições em alguns distritos onde havia provas de irregularidades nas eleições legislativas do ano passado. Omar Suleiman foi também citado como tendo dito que as prioridades do recém-nomeado governo seriam o combate à pobreza, ao desemprego e à corrupção – as principais reclamações dos manifestantes.

Opiniões divididas

Entre os manifestantes concentrados na Praça Tahrir as opiniões dividem-se. Um homem acha que o novo governo terá pouco tempo para provar o que vale. “O povo dará ao novo governo um período de tempo limitado. Depois disso, o povo vai revoltar-se se a situação não melhorar.”

Um outro manifestante pediu ao governo para falar com o povo egípcio. “Esperemos que hajam resultados positivos. Eles devem dialogar com o povo que está nas ruas. Somos pobres e estamos revoltados agora porque estivemos a sofrer.”

Um terceiro manifestante acha que o Presidente Hosni Mubarak deve continuar no poder até à eleição de um sucessor. “O Presidente Mubarak conseguiu grandes vitórias em tempos de guerra e de paz. Mas agora estamos fartos. O povo não o quer; queremos mudanças. O Presidente Mubarak deve estabelecer um prazo de pelo menos dois meses para a realização de novas eleições presidenciais. “Até lá, ele deve continuar no comando deste período de transição até que o Egipto tenha novamente segurança.”

Em entrevista à BBC, Maged Boutros, um membro do comité político do Partido Nacional Democrático, do Presidente Mubarak, disse que as mudanças teriam de ser conseguidas por via de um processo legítimo. “Vai haver grandes mudanças. Deixemos o sistema funcionar. Os meios legítimos são as eleições, os canais legais e as principais instituições do país. Não se pode nunca pedir que algo tão drástico mude em poucos dias.”

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