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Mito da Caverna: Carta ao Presidente da República

Excelentíssimo Senhor Presidente Armando Emílio Guebuza, não sei se poderei repetir esta forma de tratamento ao longo desta missiva, mas deixo claro desde já que o respeito está mais dentro de mim que nas palavras que tiro e escrevo.

Escrevo-lhe esta carta para dizer que aguardo por si na Matola, para que, como alguns jovens da cidade de Maputo, tenhamos também a oportunidade de interagir com o Senhor Presidente, temos também planos e projectos e gostaríamos de partilhar com a nação.

Confesso que quando recebi a informação do encontro com a juventude da cidade de Maputo, fiquei com esperança de também lá na Matola termos a mesma oportunidade, acredito que tarde ou cedo isto vai acontecer.

Excelentíssimo Senhor Presidente

Como é que um país pode viver tantas desigualdades, muitas das vezes criadas por meros problemas de gestão dos seus sequazes? Como é que vamos combater a pobreza, se somos hostilizados, humilhados, perseguidos e maltratados? Como é possível sermos a viragem se o nosso volante está fora do nosso controlo?

Como é possível, Excelentíssimo Senhor Presidente, que o país cresça se muitos dirigentes não se interessam por isso? Como é possível Excelentíssimo Senhor Presidente, que uma minoria julgue a maioria e subestime a inteligência do povo?

Excelentíssimo Senhor Presidente

Porque é que os seus não o imitam, porque é que eles não conversam com o povo? Porque é q’;ue quando são levantados problemas eles simplesmente fogem da sua responsabilidade? Porque é que os seus mentem e subestimam o seu povo? Muitos de nós, exilados nas cavernas, vamos assistindo à patológica ignorância de alguns dirigentes, que rezam para que o país sejam um mar, incolor, insípido, inodoro mas acima de tudo insuportável.

Excelentíssimo Senhor Presidente

Eu espero que venha a Matola, reúna com jovens e adultos, crianças, idosos; vendedeiras, costureiras, camponeses, operários; espero que o Senhor Presidente oiça a todos estes, e tome nota, porque a Matola também tem algo a dizer.

Não se esqueça Excelentíssimo Senhor Presidente, de ir a Infulene, Maphandane, Tsalala, Matola Gare entre outros, não se esqueça de reunir com a malta jovem, esta camada desesperada e sem norte; esta camada humilhada pela falta de empregos e oportunidades; estes jovens entregues à sua sorte e com o azar de serem apelidados de marginais.

Excelentíssimo Senhor Presidente

Como seremos nós a viragem, se o futuro não passa de uma miragem? Como seremos nós o futuro desta nação se somos uma utopia de geração?

Como seremos nós donos do nosso futuro se somos manipulados e ensinados a manipular? Pergunto e perguntaria mais, se o camarada Presidente viesse a Matola, para ouvir, escutar-me e dar-me resposta a estas perguntas.

Se somos três gerações, uma nação e um só povo, não queremos ser enteados, para poder passar o testemunho, aguardamos por si meu Presidente, e se puder venha como a mamã da Luz, porque também queremos combater a pobreza e colaborar para que o país siga em frente.

Já agora um abraço para si e seus companheiros.

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