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Canal de acesso ao Porto da Beira – Resolve-se com dragas de maior capacidade

Canal de acesso ao Porto da Beira - Resolve-se com dragas de maior capacidade

O Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Empresa Moçambicana de Dragagem (EMODRAGA), Tayobe Abdul, reconheceu há dias que para se resolver em defi nitivo o problema de assoreamento no canal que dá acesso ao Porto da Beira são necessárias dragas de maior capacidade, as quais têm que ser alugadas do exterior.

Fonte da EMODRAGA, disse, citando o PCA da empresa CFM, Rui Fonseca, que está em processo um concurso internacional como forma de resolver em defi nitivo o problema de assoreamento e garantir boa navegabilidade dos navios que demandam o porto da Beira.

Neste momento, a empresa utiliza dragas com capacidade de mil metros cúbicos cada, que são a Aruângua e a Alcântara Santos, segundo o PCA da EMODRAGA, As duas dragas retiram diariamente no canal de acesso ao Porto da Beira cerca de 13 mil metros cúbicos dos cerca de quatro milhões de sedimentos acumulados naquele local.

Tayobe Abdul, que falava a jornalistas a bordo da draga Alcântara Santos, numa viagem de demonstração do processo de dragagem aos clientes convidados para as comemorações do 10º aniversário da criação da Cornelder Moçambique, referiu que era ali naquele lugar onde amiúde se verifi cam encalhes de navios, precisamente devido à acumulação de sedimentos.

Explicou que a zona mais crítica no canal em referência situa-se próximo da entrada do porto, especialmente quando as embarcações fazem a manobra. Sobre a possibilidade de aquisição de uma draga oceânica (com maior capacidade), Tayobe disse que ela só chegará daqui a dois anos e vai fi car baseada na Beira, resolvendo em defi nitivo o problema. Questionado sobre os constantes encalhes de navios no canal não afugentam os clientes, o entrevistado respondeu que tem consciência de que obviamente essa situação é má do ponto de vista comercial.

“É extremamente negativo”, sublinhou, para depois acrescentar que “é por isso que nós estamos empenhados em resolver esta questão o mais rapidamente possível. Temos estado a fazer contactos e já lançamos concursos que não resultaram devido aos altos preços apresentados pelos fornecedores desses serviços que são poucos a nível mundial”.

As condições actuais do porto da Beira (pouca profundidade, cerca de oito metros), implicam que os navios só saiam de Durban para Beira e daqui para Dar es Salam e Mombaça.

Se o canal estivesse em condições reais com 13 metros de profundidade podiam ser recebidos navios directos da América, da Europa e China para Beira sem haver qualquer transbordo noutro porto.

Esta é uma das razões porque o porto da Beira só estar a receber apenas embarcações pequenas em contraste com os investimentos que têm estado a ser efectuados. No entanto, este ano já encalharam dois navios porta- contentores no canal de acesso do Porto da Beira.

Trata-se de um navio com a designação “Chaneca”, do Panamá, o último que encalhou no mês de Outubro. O outro, também portacontentores, designado por “Border”, proveniente de Durban, na vizinha África do Sul, encalhou em Fevereiro deste ano.

Saliente-se que quando os navios encalham cria-se uma situação embaraçosa, já que outras embarcações de grande porte ficam impedidas de transitar no canal de acesso ao Porto da Beira.

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