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Camponeses queixam-se de exclusão na definição de políticas de desenvolvimento

Os camponeses são marginalizados e excluídos na definição e priorização das políticas de desenvolvimento e os seus direitos sobre a terra são sistematicamente violados devido à implantação de mega projectos de mineração, hidrocarbonetos, agronegócio, dentre outros de investimentos públicos e privados. Quem o diz é a União Nacional dos Camponeses (UNAC), que, recentemente, esteve reunida em Nampula, em Assembleia-Geral Ordinária.

Aquela organização composta por mais de 100 mil membros considera que as sucessivas tentativas de determinados sectores do Governo e de outros segmentos da sociedade, de rentabilização e privatização da terra, representam para os camponeses uma emergência nacional para a qual os agricultores são chamados a tomar uma posição e endurecer a resistência contra esse revés para os interesses da classe.

A UNAC lembra ao Governo que ela e mais de 20 organizações nacionais dirigiram uma carta aberta na qual solicitava que, de forma urgente, o ProSavana seja interrompido por constituir uma ameaça para os camponeses e seus dependentes. Entretanto, a missiva ainda não foi respondida pelos presidentes de Moçambique, Brasil e pelo Primeiro-Ministro do Japão. Neste contexto, durante a assembleia de Nampula, a organização reafirmou a sua negação ao ProSavana.

“Nós, camponeses e camponesas, denunciamos e repudiamos os actos de perseguições, intimidações, aliciamentos e manipulações contra os camponeses e camponesas individuais, lideranças de camponeses nos distritos abrangidos pelo ProSavana e lideranças nacionais, actos estes, protagonizados pela equipa de implementação do ProSavana, administradores distritais e altos dirigentes nacionais”, denuncia a UNAC e promete intentar um acção judicial contra os mentores destas práticas intimidatórias.

“Nos distritos de Gurúè e Alto Molocué os camponeses e camponesas estão a ser prejudicados pelas empresas, empurrando-lhes para um cenário de miséria e fome por causa das empresas, em 1975 o País conheceu a Independência e paz, mas hoje as comunidades estão novamente mergulhadas num cenário de opressão pelas empresas e pelo Governo. Um dos administradores informou que vai mandar para a cadeia as pessoas que tentassem falar mal do Prosavana”, lê-se num comunicado de Imprensa da UNAC enviado ao @Verdade.

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