As receitas dos camponeses moçambicanos e de outros quatro países africanos poderão passar a incrementar qualitativa e quantitativamente a partir de 2017, altura da conclusão da fase experimental do uso de sementes geneticamente modificadas e muito tolerantes à seca e a infecções em distribuição no país.
Segundo Sylvester Oikeh, gestor do projecto Water Efficient for Agricultural (WEMA) em execução em Moçambique, Tanzânia, África do Sul, Quénia e Uganda, por essas alturas as receitas anuais deverão rondar nos cerca de USD 80 milhões em cada um daqueles cinco países africanos com o uso daquele tipo de sementes genericamente designadas de sementes geneticamente modificadas muito contestadas por organizações não governamentais de defesa do meio ambiente por empobrecerem os solos.
Oikeh justifica o uso destas afirmando que elas são tolerantes à seca e a infecções por doenças das plantas, acrescentando, entretanto, que nesta fase experimental estão a ser lançadas até 2017 duas novas variedades de sementes melhoradas mais adaptáveis às condições agro-ecológicas e climáticas naqueles cinco países beneficiários da iniciativa.
Para ele, o grande desafio da sua instituição é assegurar que mais de 500 mil famílias camponesas de Moçambique, Tanzânia, África do Sul, Uganda e Quénia passem a usar sementes geneticamente modificadas.
Em Moçambique, desde 2009, o projecto Water Efficient for Agricultural está a realizar a fase experimental de uso deste tipo de sementes no distrito de Chókwè, província meridional de Gaza, onde está em curso o desenvolvimento de 18 novas variedades de milho tolerantes à seca, com vista ao aumento dos níveis de produção daquele cereal.
Refira-se que o país possui a mais baixa média anual de produção de milho a nível dos países da África Austral, com apenas uma tonelada por hectare, contra a média regional estimada em cerca de 4,9 toneladas por hectare do cereal.