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Camboja pede força da ONU na fronteira com Tailândia

O primeiro-ministro do Camboja apelou que se criasse uma zona de protecção da ONU numa área disputada na fronteira com a Tailândia. Hun Sen fez o apelo numa altura em que as tropas cambojanas e tailandesas protagonizam uma troca de tiros, que já vai no quarto dia, perto do templo Preah Vihear, do século XI. Pelo menos cinco pessoas morreram nos confrontos que se prolongaram pelo fim-de-semana, e milhares de civis abandonaram a área.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu aos dois lados que “máxima contenção”. Estes confrontos são os mais acesos entre os dois vizinhos nos últimos anos. Os dois países acusam-se mutuamente de violação de território e dizem que o seu vizinho foi o primeiro a abrir fogo.

O Governo cambojano diz que o bombardeamento tailandês danificou uma parte do templo, mas as autoridades da Tailândia rejeitam a acusação.

“Auto-defesa”

O primeiro-ministro cambojano, Hun Sen, disse esta segunda-feira que os embates estavam a “ameaçar a segurança regional”. “Nós precisamos que as Nações Unidas enviem forças para aqui e criem uma zona de protecção, para garantir que não há mais confrontos”, disse durante uma cerimónia de graduação universitária, na capital do país. “Vamos para o Conselho de Segurança quer gostem ou não”.

Hun Sen salientou que o Camboja contribuiu para missões da ONU em África, de acordo com citações tiradas em Xinhua. Terá ainda apelado ao Conselho de Segurança para que ponha travão no que chamou de “actos repetidos de agressões” por parte da Tailândia contra o seu país, e pediu um encontro de emergência. Também a Tailândia enviou a sua própria carta ao Conselho de Segurança para protestar contra “ataques armados repetidos e sem motivos por parte das tropas do Camboja.

O ministro dos Negócios Estrangeiros tailandês reiterou na segunda-feira que as suas tropas agiram em “auto-defesa”. “As tropas tailandesas foram bastante contidas e recorreram à força apenas quando necessário, de maneira proporcional à ameaça contra elas”, dizia um comunicado do ministério.

Nacionalistas tailandeses

Um tribunal internacional determinou em 1962 que o templo de Preah Vihear pertence ao Camboja, mas a área envolvente é disputada pelos dois lados. Em 2008, o Camboja foi premiado com o estatuto de Património Mundial, atribuído pela UNESCO. Prémio que enfureceu os tailandeses.

As últimas tensões começaram na semana passada, quando um tribunal cambojano condenou dois membros de um movimento nacionalista tailandês a oito anos de prisão, depois de os considerar culpados num processo de espionagem.

Membros do movimento Aliança do Povo Pela Democracia, conhecidos como os camisas amarelas, têm-se manifestado em Banguecoque, apelando ao Governo para ter uma postura mais dura sobre a disputa fronteiriça.

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