A taxa de empresas moçambicanas que acedem ao crédito bancário reduziu em cerca de 22%, fixando-se em 13%, nos últimos 11 anos, ou seja, entre 1997 a 2008, segundo o Banco Mundial (BIRD) na sua última avaliação sobre o Clima de Investimento em Moçambique. Realça aquela instituição financeira internacional que a análise concluiu ter-se registado naquele período “um ambiente de forte restrição ao crédito”, em cerca de 600 unidades económicas moçambicanas abrangidas pelo estudo, elucidando que “mais de dois terços das empresas da amostragem enfrentaram restrições ao crédito”.
Acrescenta a fonte que a percentagem aumentou para 82% quando a amostragem se limitou a firmas com necessidade de crédito que tinham solicitado um crédito e lhes foi negado ou não tinham solicitado crédito por: volume e prazo do crédito insuficientes, exigência de garantias impossíveis de oferecer e procedimentos de pedido de crédito demasiado complexos.
O BIRD realça igualmente que o inquérito intitulado Moçambique Análise do Clima de Investimento, Outubro de 2009, concluiu, outrossim, que a concessão de empréstimos requer garantias colaterais e que o financiamento para fins de investimento está, grandemente, baseado na retenção de lucros. Regulamentação No entender igualmente daquela instituição financeira mundial, a melhoria da regulamentação respeitante ao regime regulador, contabilidade e provisões, bem como a entrada de bancos internacionais “com reguladores dos países de origem a exigirem padrões mais elevados de análise de crédito” podem ter contribuído para uma “redução do número de firmas com acesso a crédito fácil”.
Como ponto final respeitante ainda à análise sobre o acesso ao financiamento em Moçambique, o BIRD aponta que “há evidências de que aumentou a prática de saque a descoberto pelas empresas”, facto que pode sugerir um certo grau de substituição na forma como as empresas financiam as suas operações. Principais obstáculos Práticas de concorrentes informais, acesso ao financiamento, taxas tributárias, crime, roubo e desordem, transportes, electricidade e corrupção são sete principais constrangimentos apontados por cerca de 600 empresas abrangidas pela pesquisa patrocinada pelo Banco Mundial sobre o Clima de Investimento em Moçambique.