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Cabul sofre ataque com foguetes a duas semanas das eleições presidenciais

Nove foguetes caíram em Cabul, ferindo um homem e uma criança, e 21 pessoas morreram em várias violências registradas esta terça-feira no Afeganistão, aumentando a tensão quando faltam duas semanas para as eleições presidenciais e provinciais no Afeganistão.

Nos últimos meses não foram registrados ataques desse tipo em Cabul, mas há temores de que os islamitas talibãs e outros grupos rebeldes lancem uma ofensiva antes das eleições de 20 de agosto. Os foguetes caíam em diversas partes da cidade, e um deles perto da embaixada dos Estados Unidos e outros nas imediações do aeroporto internacional, segundo o ministéri do Interior.

Os ataques não causaram mortes, apesar de uma criança ter sido atingida por fragmentos, informou um porta-voz do ministério do Interior. O porta-voz dos talibãs, Zabihula Mujahed, indicou que seu comando realizaram nove disparos de foguetes. O último ataque com foguetes contra Cabul data de 28 de abril, quando um projétil desse tipo caiu numa base militar dos súburbios da cidade, ferindo três soldados franceses.

Por outro lado, um camikase matou quatro civis e dois agentes e feriu 19 pessoas (16 delas civis) ao se explodir perto de um veículo dos serviços de inteligência afegãos na província de Zabul (sul). O ataque aconteceu num mercado muito movimentado do distrito de Shah Joy, na grande estrada que une Cabul a Kandahar, informou Ghulam Jailani Jan, chefe adjunto da polícia provincial.

O camikase acionou seu cinturão de explosivos junto ao veículo da Direção Nacional da Segurança (DNS, serviços de inteligência afegãos). Zabul é uma das províncias instáveis do sul afegão, onde a insurgência talibã quase diariamente ataca as forças de segurança nacionais e estrangeiras. Na periferia da capital, o governador da província vizinha de Wardak escapou com vida de uma explosão na passagem de seu veículo de quatro minas colocadas sob uma ponte. A explosão feriu uma criança e um adulto, segundo o ministério do Interior.

O governador Mohama Haleem Fidyee e seus seguranças saíram ilesos e quatro suspeitos foram presos. Na província de Helmand (sul), uma das mais violentas do país, um confronto entre o exército afegão e rebeldes custou a vida de 15 rebeldes, segundo o general Mohaidin Ghori, que dirige o exército nacional nessa região. A recente disparada da violência provoca preocupações sobre a segurança no país a duas semanas das eleições presidenciais e provinciais de 20 de agosto.

Esta é a segunda vez em toda a história que os afegãos votarão para eleger o chefe de Estado e a votação é um marco nos esforços ocidentais para construir uma democracia no país. O presidente Hamid Karzai, que disputa um segundo mandato, é o maior favorito entre os 41 candidatos.

Os rebeldes recorrem cada vez mais aos atentados suicidas, apesar deste tipo de ataque não fazer parte da tradição guerreira afegã e de não ter sido utilizado durante a guerra de resistência contra os soviéticos (1979-1989). A violência alcançou nas últimas semanas níveis recorde desde que os talibãs foram expulsos do poder em 2001 por uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

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