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Burocracia barra acesso ao crédito

O sector privado e as associações que exercem actividades económicas ligadas às florestas na província de Nampula exigem do governo a simplificação dos mecanismos em vigor para o acesso aos fundos disponíveis para promoção empresarial baseada na utilização e gestão sustentável dos recursos florestais não madeireiros.

 

 

Os países nórdicos e o governo desembolsaram um montante estimado em cerca 152 milhões de meticais para a criação de um fundo, que foi operacionalizado em 2005.

Entre vários propósitos, o fundo destina-se a financiar iniciativas direccionadas à utilização e comercialização de produtos florestais não madeireiros como o bambu, mel, cascas, capim, cogumelo e de plantas medicinais.

A gestão daquele montante foi confiada à sociedade de investimentos GAPI que, de acordo com o respectivo gerente em Nampula, Nazir Mussa, em cinco anos desembolsou apenas um montante estimado em 82 milhões de meticais que representa cerca de metade do capital.

O sector privado bem como as associações que trabalham no sector de florestas em Nampula consideram a indmíssivel a situação, sobretudo quando o empresariado procura num esforço titânico aceder a linhas de financiamento para promover as suas iniciativas e as instituições detentoras de fundos criam barreiras para não desembolsar tais montantes que podem avalancar a economia rural através de iniciativas sustentáveis.

Disseram ainda que os mecanismos de acesso aos fundos são os mesmos usados pelos bancos comerciais ou seja a declaração de bens imobiliários como garantia, uma exigência que não tem razão de ser porque o meio rural é carente de imóveis de qualidade para tal efeito.

Referiram que a taxa de juros aplicada aos mutuários é substancialmente alta para quem inicia uma actividade para a geração de renda e que depende do comportamento do mercado.

O facto de em cinco anos terem sido financiados apenas um total de 51 projectos em todo o país, 37 dos quais em benefício de operadores florestais individuais e 14 concessionários do ramo, sendo as províncias de Nampula e Manica as que acumularam 11 pedidos de financiamento cada, justifica quão é elevado o nível de barreiras para aceder ao fundo.

O chefe dos Serviços de Florestas e Fauna Bravia na direcção provincial em Nampula, Imede Falume, instituição promotora de acções que tem como finalidade o empoderamento das comunidades rurais com base nos recursos naturais, recomendou ao GAPI e outras instituições que fazem a gestão do fundo no sentido de simplificar os procedimentos para cedência de crédito aos interessados com um nível de organização aceitável.

Ajuntou que uma das componentes importantes do projecto de uso e comercialização de produtos florestais não madeireiros é a mitigação dos níveis ainda elevados de queimadas descontroladas.

Quando as comunidades preservam o recurso que constitui a sua fonte de subsistência, tal como o bambu que, igualmente, usam para a construção das suas casas, o mel, o cogumelo, as plantas medicinais que são produzidas na floresta, o nível de atenção para prevenir a sua destruição precoce é alta e temos que capitalizar a oportunidade para que os fundos disponibilizados possam chegar a todos os interessados – disse Imede Falume.

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