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Brown rejeita apelos para eleições antecipadas, dois Lordes são suspensos

O governo de Gordon Brown rejeitou os apelos para a organização de eleições antecipadas, prometendo nesta quarta-feira mudanças drásticas nos costumes políticos, em resposta ao escândalo do uso indevido de verbas públicas por deputados, num momento em que a Câmara dos Lordes suspendia dois de seus membros acusados de tráfico de influência.

O líder da oposição conservadora, David Cameron, e muitos jornais pediram eleições legislativas antecipadas, considerando que a renúncia histórica, terça-feira, do presidente da Câmara dos Comuns, Michael Martin, é um primeiro passo necessário, mas insuficiente, para pôr um fim à crise política. Para Cameron, organizar eleições legislativas é a melhor maneira de resolver esta questão.

Brown rejeitou, porém, antecipar eleições legislativas. Destacou na Câmara dos Comuns que “erros foram cometidos por todos os partidos”, e frisou que a única maneira de avançar é “seguir adiante e consertar o sistema atual”. “Teremos uma grande limpezapela frente, teremos disciplina, teremos um novo sistema que não dependerá mais dos deputados”, prometeu o premier britânico em entrevista transmitida pela TV, garantindo que o Parlamento nunca mais será “um clube de gentlemen que decide suas próprias regras”.

No fim da tarde de hoje, a imagem do Parlamento sofreu um novo revés: a Câmara dos Lordes suspendeu dois de seus membros por tráfico de influência, uma decisão sem precedentes há mais de três séculos. Lord Peter Truscott e Lord Thomas Taylor, ambos membros do Partido Trabalhista, foram flagrados por jornalistas do Sunday Times que se passaram por intermediários trabalhando para uma empresa estrangeira de distribuição.

Os dois Lordes teriam aceitado fazer lobbying com seus colegas para aprovar emendas em troca de remunerações de 24.000 a 120.000 libras (25.500 a 127.700 euros) por ano. Quando assumiu o cargo de primeiro-ministro, em 2007, Brown apresentou as reformas constitucionais como prioridade, mas a reforma do financiamento dos partidos, da Câmara dos Lordes, e o projeto de constituição escrita para o país não foram aprovadas, por falta de consenso.

A renúncia de Michael Martin aliviou o Parlamento, mas o caso do uso indevido de verbas públicas, que se tornou um dos maiores escândalos políticos dos últimos anos no Reino Unido, ainda não foi encerrado, com o Daily Telegraph revelando novos detalhes nesta quarta-feira. A líder dos Comuns, Harriet Harman, apresentou nesta quarta-feira medidas destinadas a “colocar a reputação do Parlamento acima de qualquer suspeita”. Ela prometeu que todas as verbas públicas atribuídas aos membros do Parlamento nos quatro últimos anos serão examinadas, afirmando que reembolsos serão exigidos em caso de abusos.

Segundo as últimas pesquisas, se houvesse eleições gerais antecipadas, o Partido Trabalhista ficaria com 28% dos votos, e o Partido Conservador com 39%.

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