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Botswana quer mais combustível da Petromoc

A empresa pública Petróleos de Moçambique (Petromoc) poderá passar a fornecer combustível ao Botswana de forma regular e em quantidades cada vez maiores, com a materialização da intenção manifestada, Sábado último, por aquele país do hinterland.

A Petromoc está a fornecer combustível ao Botswana desde há cinco meses, mas este país pretende que o abastecimento seja regular e que as quantidades ultrapassem, gradualmente, os cinco milhões de litros adquiridos nessa altura.

“Eles querem um fornecimento regular e em quantidades maiores e até, se possível, passarem a comprar tudo aqui”, disse uma fonte da empresa Petromoc, falando a AIM, na condição de anonimato.

Segundo a fonte, essa intenção foi manifestada Sábado, em Maputo, pelo Presidente do Botswana, Seretse Ian Khama, que, desde Quinta-feira última, cumpria uma visita de Estado de três dias a Moçambique, tendo na manhã de Sábado escalado o terminal de combustível desta empresa, localizado no recinto do Porto da Matola.

Nos últimos anos, o Botswana tem vindo a manifestar a intenção de importar, de forma mais regular, combustível a partir de Moçambique. Segundo a fonte da AIM, há três anos, a Petromoc fornecia dois milhões de litros de combustíveis através de uma empresa tswana.

Contudo, o contrato foi rescindido devido a “falta de experiência” da referida empresa na tramitação de documentação e na abordagem de questões logísticas, o que sempre provocava constrangimentos no negócio.

Contudo, de quando em vez, o Botswana vem se abastecendo de combustível importado de Moçambique através de fornecedores intermédios.

Este ano, o Botswana retomou o consumo de combustível da Petromoc, mas desta vez através do próprio Governo, tendo começado com a importação de cinco milhões de litros, que estão sendo transportados do pipeline que liga Moçambique ao Zimbabwe, devendo depois ser transportado via terrestre ou ferroviária.

O negócio resultou em aproximadamente cinco milhões de dólares, só da venda de combustível, sem incluir os custos de transporte (o pipeline pertence aos governos de Moçambique e do Zimbabwe), e impostos ao nível daquele país.

“Chegado lá, o preço de aquisição deste combustível já é muito caro. Não conheço os encargos fiscais do Botswana, mas o preço final sempre inclui isso”, explicou a fonte.

Esta preocupação do Botswana em comprar combustível em Moçambique deve-se ao facto daquele país considerar haver insegurança em confiar exclusivamente a África do Sul devido ao congestionamento dos portos daquele país vizinho e a frequente ocorrência de greves.

A Petromoc tem capacidade para armazenar um total de 500 milhões de litros, em todo o país. Contudo, esta empresa pública apenas está a explorar 315 milhões de toneladas da sua capacidade, havendo por isso espaço para novos projectos, em função das necessidades.

Apesar de ser a prioridade “número um”, o mercado nacional consome apenas 60 milhões mensais do combustível da Petromoc, sendo outra parte deste recurso exportado para o mercado regional.

Segundo o administrador delegado da Petromoc, Nuno de Oliveira, além do mercado nacional, a sua empresa fornece combustíveis a África do Sul, Malawi, Zâmbia, Zimbabwe e a parte Sul da República Democrática do Congo.

Entretanto, Oliveira explicou que mesmo as necessidades internas do combustível tendem a subir nos últimos tempos devido ao surgimento de novos investimentos, particularmente no sector do carvão mineral.

“Nós iniciamos um processo de reestruturação da empresa em 2008”, disse Oliveira, sublinhando que este processo visa abordar melhor os desafios da empresa tendo em conta o mercado interno e regional.

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