Um suposto homem-bomba parece ter sido o responsável pela explosão deste Domingo em Karachi, Paquistão, no momento em que os muçulmanos xiitas deixavam uma mesquita na cidade, matando pelo menos 45 pessoas.
“Foi uma explosão forte numa área xiita movimentada”, disse o comandante policial Shabir Ahmad. O ataque é o mais recente sinal de que os militantes sunitas intensificam as acções contra os minoritários xiitas.
A autoridade sénior da cidade, Hashim Raza, disse que pelo menos 45 pessoas foram mortas e 149 feridas na explosão na maior cidade do Paquistão. As ofensivas militares e os ataques norte-americanos por aviões não tripulados contra o Taliban têm reduzido nos últimos anos o número de atentados suicidas no Paquistão.
No entanto, os grupos sunitas, principalmente o Lashkar-e-Jhangvi (LeJ), vêm intensificando os ataques contras os xiitas. Bombas nos redutos xiitas já mataram quase 200 pessoas só na cidade de Quetta, desde o início do ano.
Em 2012, os ataques e conflitos motivados pelas diferenças religiosas aumentaram em 47 por cento, para 208 ao todo, de acordo com um instituto de estudos paquistanês.
Enquanto as mortes em Quetta recebem atenção mundial, uma investigação da Reuters em Karachi sugere que a violência toma uma nova dimensão, à medida que alguns xiitas estão a reagir. A preocupação tradicional dos aliados ocidentais do Paquistão têm sido as acções do Taliban contra os militares na fronteira do Afeganistão.
Contudo, a violência em Karachi aponta outro tipo de ameaça: a possibilidade de a campanha dos grupos sunitas provocar divisões e conflitos religiosos numa cidade de 18 milhões de habitantes.
A frustração xiita aumenta com cada explosão. Na noite deste Dmingo, em Karachi, os xiitas dispararam as suas armas para o alto. “A explosão foi tão grande que fez a região toda tremer”, disse Ali Reza, que testemunhou o ataque a bomba. “Casas e lojas pegaram fogo, e as varandas de edifícios caíram”.
