Pelo menos 15 técnicos moçambicanos deslocam-se, nos próximos dias, para a cidade de Salvador, no Brasil, onde serão formados em Processamento de Alimentos, Manutenção Industrial, Electrónica e em Tecnologias de Informação e Comunicação.
Este grupo, seleccionado pelo Ministério moçambicano do Trabalho (MITRAB), irá beneficiar de bolsas de estudo atribuídas pelo Brasil no âmbito de um acordo nesse sentido rubricado em 2008 por representantes dos governos dos dois países. Segundo um comunicado de imprensa do MITRAB recebido na quarta-feira pela AIM, o grupo de bolseiros é constituído por seis técnicos superiores e nove de nível básico, entre quadros do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFP) e outros apurados através de um concurso público. Depois de seis meses da sua formação, estes técnicos regressarão ao seu país para serem formadores do futuro Centro Nacional Integral de Formação Profissional de Moçambique, a ser construído ainda este ano no recinto da Fábrica de Refeições em Maputo, com o financiamento do Brasil.
“Peritos do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), sucursal da Bahía, e da ABC (Agência Brasileira de Cooperação) estiveram semana passada em Maputo para testar os candidatos apurados, tendo igualmente se encontrado com a ministra do Trabalho, Helena Taipo, para os últimos detalhes”, refere o comunicado de imprensa. O novo centro de formação profissional a ser financiado pelo Brasil será dotado de tecnologia de ponta e poderá custar cerca de 4,2 milhões de dólares americanos, dos quais cerca de 520 mil correspondem a comparticipação do Governo moçambicano.
Este centro será multiplicador de formadores provenientes de todos os outros centros de formação profissional espalhados pelo país, desde os pertencentes ao Estado até aos de gestão privada. A instituição vai ministrar cursos com impacto imediato no mercado nacional, apesar de, numa primeira fase, explorar a experiência técnica e científica brasileiras, sobretudo na componente de processamento de alimentos. Espera-se que estas medidas venham a massificar a formação profissional de qualidade, através da criação de mais empregos.