O Banco de Moçambique acaba de expressar publicamente a sua insatisfação relativamente aos bancos comerciais activos no país devido à sua relutância continuada em acompanhar as reduções que o banco emissor tem feito nas taxas de juros, penalizando, assim, os que buscam dinheiro na praça nacional. É que as taxas praticadas pelos bancos comerciais aos seus clientes continuam elevadas, apesar da redução que tem ocorrido amiudadas vezes de forma ligeira.
“Esta redução não satisfaz o Banco de Moçambique porque não foi na proporção esperada”, indicou o governador do banco central moçambicano, Ernesto Gove, respondendo a uma pergunta feita sobre a posição da sua instituição relativamente à forma como reage a banca comercial às medidas de redução de taxas directoras no país.
Gove exige mais medidas visando a redução das taxas, tendo em linha de conta o que a sua instituição tem vindo a fazer em relação às taxas directoras que estão constantemente em queda para suavizar a inflação e manter estável a divisa moçambicana, o Metical.
Planos para 2014
Para 2014, o BM garante continuar a exigir tanto dos bancos comerciais quanto das empresas moçambica- nas “maior transparência através da publicação das suas contas regularmente e apresentação da sua contabilidade em dia”.
Gove explicou que as taxas directoras apresentam taxas e preços do mercado e que a inflação também determina as taxas de juros praticadas pelos bancos aos seus clientes.
Gove lembrou a entrada em vigor a um de Janeiro de 2014 das medidas de adopção do Acordo de Basileia II que obriga as instituições de crédito a passarem a proceder ao reporte da informação prudencial exclusivamente em conformidade com o novo regime prudencial.
Este novo acordo visa assegurar a convergência internacional de mensuração de capitais e padrões de adequação de capitais, pilar II, que é o processo de revisão de supervisão, e o pilar III, que está relacionado com a disciplina do mercado.
A implementação do acordo de Basileia II vem na sequência de o sector bancário estar a adoptar técnicas progressi- vamente mais sofisticadas de avaliação do risco, em especial, nas vertentes de risco de crédito, do risco de mercado e do risco operacional.