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Banco de Moçambique volta a reduzir taxas directoras

O Banco de Moçambique, reunido, semana passada, na quarta sessão ordinária deste ano do Comité de Política Monetária, voltou a reduzir as taxas directoras e decidiu intervir nos mercados interbancários de modo a assegurar que o saldo da base monetária não ultrapasse os 34.534 milhões de Meticais no final de Abril corrente.

Assim, o Comité de Política Monetária decidiu reduzir a taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência (dinheiro que os bancos comerciais pagam ao Banco Central pelos créditos que estes obtêm junto de si) em 0,25 por cento, passando de 13,75 por cento para 13,50 porcento, a taxa de juro da Facilidade Permanente de Depósitos (valor que o Banco de Moçambique paga aos bancos comerciais pelos depósitos que estes efectuam junto de si) que passa de 3,5 por cento para 3,0.

O coeficiente de Reservas Obrigatórias (dinheiro que os bancos comerciais depositam no Banco Central para se prevenirem de eventuais choques), que não sofria qualquer alteração deste o início do ano, vai reduzir em 0,25 por cento, passando para 8,25.

Esta é a segunda vez que o Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique decide reduzir as taxas directoras ao longo deste ano. De salientar que estas medidas têm efeitos à partir de 7 de Maio próximo.

Segundo um comunicado do Banco de Moçambique publicado na página electrónica desta instituição financeira, o Comité de Política Monetária constatou que os principais indicadores económicos e financeiros de Moçambique têm vindo a evoluir em linha com as metas programadas para o presente ano e tomando por base o comportamento recente da inflação e as projecções feitas para médio prazo.

O Comité considerou continuar a haver espaço monetário para a expansão do crédito bancário ao sector privado da economia, num ambiente de estabilidade do sector financeiro, contribuindo, desta forma, para o objectivo de crescimento económico estabelecido para este ano.

O mesmo comunicado refere que, dados provisórios relativos ao final de Março de 2012 indicam que o saldo da base monetária, variável operacional de política monetária, se situou em 30.916 milhões de Meticais, 2.465 milhões de Meticais abaixo das previsões feitas para o período.

Este saldo representa uma expansão de 114 milhões de Meticais (0,4 por cento) face ao mês anterior, explicada pelo incremento das reservas bancárias em 170 milhões de Meticais (1,4 por cento), amortecida pela redução da componente de notas e moedas em circulação em 56 milhões de Meticais (-0,3 por cento).

O saldo da base monetária de Março de 2012 representa uma contracção de 1.142 milhões (-3,6 por cento) em relação ao registado nos finais de Fevereiro de 2012 e um acréscimo de 2.287 milhões de Meticais (8,0 por cento) quando comparado com o saldo de Março de 2011.

No final do mês de Março, as reservas internacionais líquidas apresentam um saldo preliminar de 2.111,3 milhões de dólares norte-americanos (USD), mais 18,3 milhões USD em relação às previsões feitas para o período e 10,5 milhões USD menos que o saldo de Fevereiro.

Esta redução é justificada, fundamentalmente, pelas vendas de divisas efectuada pelo Banco de Moçambique no Mercado Cambial Interbancário (MCI), no valor de 81,6 milhões USD, dos quais, 58,4 milhões USD destinados ao pagamento da factura de importação de combustíveis líquidos, montante amortecido pelas entradas de fundos de ajuda externa sob a forma de donativos, no valor de 65,2 milhões USD.

Em termos de reservas internacionais brutas, o saldo corresponde a 4,7 meses de cobertura de importações de bens e serviços não factoriais.

No que refere a taxa do câmbio do Metical face ao dólar no Mercado Cambial Interbancário (MCI) fixou-se em 27,74 Meticais em finais de Março de 2012, após 27,31 no mês anterior, o que representa uma depreciação mensal e acumulada de 1,57 por cento e 2,21 por cento, respectivamente.

Em termos de variação anual, o Metical manteve-se em terreno de apreciação nominal, ao registar ganhos de 9,94 por cento em Março, após 12,21 por cento no mês anterior. Relativamente ao Rand, o Metical continuou a registar ganhos nominais anuais de 19,87 por cento.

O diferencial das taxas de câmbio médias praticadas pelas casas de câmbio nas operações com a sua clientela e as das cotações no MCI abrandou, passando de 4,74 por cento em Fevereiro para 2,35 por cento em Março de 2012.

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