A artilharia síria e aviões de guerra bombardearam regiões controladas pelos rebeldes em Damasco, este Sábado (15), enquanto os rivais do presidente Bashar al-Assad pediram armas mais avançadas para os Estados Unidos, que prometeram a eles ajuda militar não especificada.
As potências ocidentais estão relutantes em ajudar os insurgentes sírios, com medo de dar-lhes mísseis antiaéreos sofisticados que podem cair nas mãos de insurgentes sunitas que prometeram lealdade à Al Qaeda.
O comandante do Exército Livre da Síria, Salim Idriss, disse à Reuters, Sexta-feira, que os rebeldes, que sofreram derrotas nas últimas semanas, precisam urgentemente de mísseis antiaéreos e antitanques, além de uma zona de restrição aérea.
“Mas os nossos amigos nos Estados Unidos, não nos disseram ainda que vão nos ajudar com armas e munição”, afirmou, depois de se encontrar com autoridades norte-americanas e europeias na Turquia.
Uma fonte no Oriente Médio, familiar com as negociações com os EUA, disse que o fornecimento de armas incluem metralhadoras, pequenos morteiros e lançadores de granada.
A Rússia, uma aliada de Damasco e grande opositora de uma intervenção militar externa no país, criticou, este Sábado, qualquer tentativa de forçar uma zona de restrição aérea sobre a Síria usando jactos F-16 e mísseis Patriot a partir da Jordânia.
“Você não tem que ser um grande especialista para entender que isso viola a lei internacional”, afirmou o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.
Os diplomatas ocidentais disseram, Sexta-feira, que os EUA estão a considerar impor uma zona de restrição aérea sobre a Síria, mas a Casa Branca informou depois que isso seria muito mais difícil e custoso do que a feita sobre a Líbia, dizendo que os Estados Unidos não têm interesse nacional nessa questão.
Sem armas, os rebeldes têm poucas maneiras de combater o poder aéreo de Assad. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um grupo pró-oposição, afirmou que aviões e artilharias atacaram, este Sábado, Jobar, um bairro onde os rebeldes operam nas bordas do centro de Damasco.
O grupo informou que a artilharia pesada está a ser usada contra os opositores nas províncias de Homs, Aleppo e Deir al-Zor. Uma autoridade turca disse que 71 oficiais do Exército sírio, incluindo seis generais, desertaram e foram para o país, na maior acção desse tipo em meses.
A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que pelo menos 93 mil pessoas, incluindo civis e combatentes, morreram na guerra civil síria, com média mensal a alcançar 5 mil, ano passado.