A Austrália preparou-se, esta Segunda-feira (7), para vários dias de incêndios “catastróficos”, em consequência de uma forte onda de calor. Cinco Estados já registam focos de fogo, e as buscas por desaparecidos em decorrência dos incêndios prosseguem na Tasmânia.
A primeira-ministra Julia Gillard visitou bairros periféricos afectados na Tasmânia e prometeu ajuda aos sobreviventes, dos quais ouviu que uma “bola de fogo” engoliu várias comunidades dessa ilha pouco populosa, Sexta-feira e Sábado.
“As árvores simplesmente explodiram”, disse o morador Ashley Zanol a uma rádio local, contando que as labaredas altas cercaram o seu camião quando ele carregava galões de água para ajudar as equipes de socorro na localidade de Murdunna, que ficou praticamente destruída.
A polícia da Tasmânia disse que cerca de cem pessoas que estavam desaparecidas durante os incêndios já foram localizadas, e que não há registo de mortes. As autoridades, no entanto, ainda vasculham escombros fumegantes de imóveis e veículos, e continuam a retirar moradores e turistas.
Cinco dos seis Estados australianos registam incêndios florestais, sendo 90 focos no mais populoso deles, Nova Gales do Sul, e em florestas montanhosas nos arredores de Canberra, a capital nacional.
A previsão é de mais incêndios graves na terça-feira, repetindo a situação de 2009, quando o “sábado negro” deixou 173 mortos e prejuízos de 4,4 bilhões de dólares no Estado de Victoria.
Uma onda de calor que começou a 27 de Dezembro na Austrália Ocidental e durou oito dias foi a mais intensa em 80 anos naquele Estado, e espalhou-se para o leste da ilha-continente, tornando-se a mais abrangente onda de calor em mais de uma década, segundo o Departamento Australiano de Meteorologia.
Os moradores foram orientados a fugir de qualquer ameaça de incêndio, Terça-feira, uma vez que as condições climáticas impedem que o fogo seja debelado com rapidez.
“Qualquer incêndio que arda sob as condições previstas – temperaturas de 40ºC, abaixo de 10 por cento de humidade, e ventos com rajadas acima de 70 quilómetros por hora – essas condições são sob qualquer aspecto horrendas”, disse Rob Rogers, comissário-adjunto do Serviço de Incêndios Rurais de Nova Gales do Sul.