O papa Bento 16 pediu, esta Segunda-feira (7), que a comunidade internacional acabe com o que ele chamou de interminável carnificina na Síria, antes que o país inteiro torne-se um “campo de ruínas”.
O papa fez o apelo em termos particularmente fortes durante o discurso anual “O Estado do Mundo” para diplomatas autorizados junto ao Vaticano.
Ele disse que a Síria, onde a ONU estima que mais de 60.000 pessoas foram mortas, foi “despedaçada pela interminável carnificina e é palco de terrível sofrimento para a população civil”.
Bento 16 pediu o “fim de um conflito que não conhecerá vitoriosos, mas apenas derrotados, caso continue, deixando para trás nada mais que um campo de ruínas”.
O papa pediu que os diplomatas de quase 180 países e organizações mundiais pressionem os seus governos a fazerem tudo que for possível a fim de enfrentar esta “grave situação humanitária”.
“As autoridades civis e políticas, antes de todas as outras, têm a grave responsabilidade de trabalhar pela paz”, disse o papa aos enviados reunidos na Sala Regia do Palácio Apostólico do Vaticano.
“Eles são os primeiros a serem chamados para solucionar numerosos conflitos que causam derramamento de sangue na nossa família humana, começando com a região privilegiada por Deus, o Oriente Médio”, disse num discurso feito em francês.
O discurso do papa acontece um dia após o presidente sírio, Bashar al-Assad, ter rejeitado negociações de paz com os seus inimigos num discurso com tom desafiador, que os seus opositores descreveram como uma renovada declaração de guerra.