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Ataques armados continuam impedir recenseamento eleitoral em Gorongosa

A três dias do término do recenseamento eleitoral para o escrutínio de 15 de Outubro próximo, milhares de eleitores ainda estão por inscrever nas localidades de Casa Banana, Chionde, Domba, Piro, Mucodza, Mussicadzi e no posto administrativo de Vunduzi, no distrito Gorongosa, na província de Sofala, facto que não está a ser possível devido a confrontos armados entre as Forças de Defesa e Segurança e os guerrilheiros da Renamo.

Depois dos ataques de terça (22) e quarta-feira (23), que resultaram na morte de dois militares e cinco feridos, dos quais um civil atingido quando trabalhava na sua horta, na madrugada deste sábado (26), as duas forças protagonizaram um confronto na localidade de Canda. Não há, por enquanto, registo de vítimas.

Entretanto, o mesmo ataque fez com que as oito brigadas de recenseamento do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), que deviam monitorar a inscrição nas regiões de confrontos militares, ficassem retidas na vila da Gorongosa.

Estima-se que haja perto de 16 mil pessoas ainda por recensear, acto que não está a ser possível devido à guerra em Gorongosa, pese embora a Renamo e o Governo estejam em diálogo político, duas vezes por semana, no Centro de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo.

Todavia, a população das áreas afectadas pela guerra percorre dezenas de quilómetros para se recensear na vila da Gorongosa com vista garantir o exercício do seu direito de voto nas próximas eleições presidenciais, legislativas e das assembleias provinciais.

Afonso Dhlakama, líder da Renamo, há seis meses em parte incerta, também ainda não se recenseou porque para o efeito prevalecem “questões muito técnico-militares”, segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE), que prevê que ele possa inscrever-se até segunda-feira (28), penúltimo dia do processo.

António Brás, vice-presidente da CNE, disse a jornalistas, em Gorongosa, que está em curso uma articulação entre as partes envolvidas no conflito político-militar de modo a assegurar que as brigadas tenham acesso às regiões de guerra para inscrever os eleitores.

Na quinta-feira passada (24), Paulo Cuinica, porta-voz da CNE, disse à Imprensa que a Ranamo havia dado garantias de que não haveria nenhum ataque com vista a permitir a inscrição das pessoas que vivem em zonas de ataques em Gorongosa. E que o não envio de brigadas de recenseamento partia do entendimento da Perdiz e da Renamo.

A Renamo e o Governo têm seus elementos que integram as referidas brigadas, por isso, esperava-se que, nenhuma das partes protagonizasse ataques. Contudo, não se percebe o que terá falhado a ponto de as mesmas brigadas serem impedidas de materializar o processo. Elas iam ou vão trabalhar nas na Casa Banana, EPC de Vunduzi, Nhataca, Chionde, Tsikiri, Mussikazi, Piro e Mukodza.

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