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Ataque palestino a Israel deixa um morto e complica esforços diplomáticos

Os esforços diplomáticos para reavivar o processo de paz no Oriente Médio foram prejudicados esta quinta-feira pela morte de um civil em Israel, atingido por um foguete disparado a partir de Gaza, no momento em que a chefe da diplomacia europeia visitava esse território controlado pelo Hamas.

Um trabalhador agrícola estrangeiro, tailandês segundo a imprensa local, morreu quando o foguete caiu sobre um kibutz próximo à cidade israelense de Ashkelon, a poucos quilômetros da fronteira norte da Faixa de Gaza.

O vice-primeiro-ministro israelense Silvan Shalom classificou o ataque de “escalada grave” e prometeu uma resposta “adequada e forte” de Israel. O ataque foi assumido por um grupo salafista de Gaza, Ansar al-Suna, ligado à rede islamita Al-Qaeda. “Um colono sionista morreu. Este ataque jihadista é a resposta à agressão sionista contra a mesquita Al-Aqsa, contra os lugares sagrados e contra nosso povo em Jerusalém”, indicou o comunicado.

O disparo de foguete ocorreu no momento em que a alta representante da União Europeia para as Relações Exteriores Catherine Ashton chegava a Gaza para uma breve visita ao empobrecido enclave palestino, que sofre um duro bloqueio de Israel e Egito e tenta se recuperar da ofensiva israelense de três semanas, lançada no final de 2008. Ashton imediatamente condenou “qualquer forma de violência”. “É preciso avançar para fazer com que o processo de paz progrida para uma solução satisfatória”, comentou.

Ashton se reuniu com representantes da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNWRA), mas não com membros do movimento Hamas, que tomou o controle do território em 2007, após travar combates com os membros da Autoridade Palestina, de Mahmud Abbas, apoiada pelos países ocidentais, que se manteve no governo da Cisjordânia. Foi a primeira vez que um foguete disparado de Gaza causou a morte de uma pessoa em Israel desde o final da ofensiva do Exército no final de 2008 e início de 2009, na qual morreram 1.400 palestinos e 13 israelenses.

Israel lançou a ofensiva alegando a necessidade de pôr fim aos disparos de foguetes a partir de Gaza. No plano diplomático, a Autoridade Palestina anunciou o retorno no domingo do enviado especial americano para o Oriente Médio, George Mitchell.

Inicialmente, Mitchell deveria ter visitado esta semana Israel e Cisjordânia para iniciar negociações indiretas entre israelenses e palestinos. Mas adiou a viagem devido à grave crise diplomática entre Israel e os Estados Unidos provocada pela política de colonização judaica em Jerusalém. A visita de Mitchell será realizada após uma importante reunião do Quarteto para o Oriente Médio (EUA, ONU, União Europeia e Rússia) na sexta-feira em Moscou.

Israel se esforçava nesta quinta-feira para formular uma resposta ao pedido de Washington por esclarecimentos sobre a construção no setor oriental (anexado) de Jerusalém, depois que o presidente americano Barack Obama negou a existência de uma crise entre os dois aliados. Israel causou a indignação dos Estados Unidos ao anunciar na semana passada durante a visita do vice-presidente americano Joe Biden a construção de 1.600 casas em uma colônia judaica em Jerusalém Oriental, cuja anexação em 1967 não foi reconhecida pela comunidade internacional.

O anúncio despertou a ira dos palestinos, que se negam a voltar à mesa de negociações se a colonização israelense não for completamente interrompida. “A ocupação por Israel dos territórios árabes em 1967 e a colonização constituem um verdadeiro obstáculo à paz e empurram para a região mais tensões e guerras”, considerou nesta quinta-feira em Damasco o presidente sírio Bashar al-Asad, ao término de um encontro com seu colega italiano Giorgio Napolitano.

Asad pediu à UE que “intensifique os esforços para pressionar Israel” e “encontre soluções eficazes para as questões do Oriente Médio”. Segundo a imprensa israelense, a secretária de Estado americana Hillary Clinton intensificou a pressão sobre o primeiro-ministro conservador Benjamin Netanyahu. Netanyahu reuniu na quarta-feira seu gabinete de segurança até o início da noite para elaborar a resposta da Casa Branca. Netanyahu deve viajar no domingo a Washington para participar do congresso do principal lobby judaico do país e, segundo uma autoridade israelense, “é possível” que se reúna com Hillary.

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