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Ataque ousado contra equipe de críquete do Sri Lanka deixa oito mortos

Homens encapuzados mataram esta terça-feira oito pessoas e feriram sete atletas num ataque ousado contra a seleção de críquete do Sri Lanka na cidade paquistanesa de Lahore, numa ação similar, segundo as autoridades do Paquistão, aos atentados de Mumbai em novembro.

Um grupo de 12 terroristas atacou o autocarro da delegação Sri Lanka com foguetes, granadas e armas automáticas perto do estádio Gaddafi, onde a equipe do disputaria um amistoso contra a seleção do Paquistão, informou o chefe de polícia de Lahore, leste do país, Habib-ur Rehman.

Segundo as autoridades esportivas Sri Lankas em Colombo, sete jogadores e um auxiliar técnico ficaram feridos. Dois atletas foram hospitalizados, mas estão fora de perigo, e os demais sofreram ferimentos leves. Dois civis e seis policiais responsáveis pela proteção dos atletas morreram no ataque.

“Foi terrível, o motorista do autocarro morreu diante de nossos olhos. Não tenho palavras”, afirmou, emocionado, o árbitro de críquete Steve Davis. Durante 25 minutos os criminosos enfrentaram a tiros a polícia. Depois do atentado, os serviços de segurança encontraram dois carros-bomba estacionados na área do ataque, assim como armas e explosivos.

“Pareciam ser terroristas bem treinados”, afirmou Rehman, que não teve condições de precisar o destino dos criminosos. Segundo as testemunhas, o bairro comercial em que aconteceu o atentado transformou-se num campo de batalha, com homens posicionados atrás das árvores que atiravam em todas as direções.

“Primeiro aconteceu uma explosão, depois ouvimos tiros. Também dispararam um lança-foguetes contra o autocarro que não atingiu por pouco”, declarou um dos jogadores, que pediu para não ser identificado. Um camara man australiano afirmou que as explosões e os tiros foram ouvidos de dentro do estádio.

O presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, e o primeiro-ministro Yusuf Raza Gilani condenaram o ataque. O Sri Lanka anunciou que enviará ao Paquistão o ministro das Relações Exteriores e que retiraria imediatamente os jogadores do país.

A presidência Sri Lanka condenou o que chamou de “covarde atentado terrorista contra os embaixadores da boa vontade do país”. O ataque não foi reivindicado até o momento, mas nos últimos anos muitas equipes de críquete cancelaram viagens ao Paquistão pelo medo dos atentados dos extremistas islâmicos ligados à Al-Qaeda.

O atentado também coincide com a ofensiva final do Exército do Sri Lanka contra os rebeldes tâmeis, em uma guerra que matou centenas de pessoas. As autoridades paquistanesas destacaram que o ataque foi similar aos atentados de novembro em Mumbai, Índia.

“Este atentado se parece com os de Mumbai”, afirmou à imprensa Khaled Farooq, chefe de polícia da província de Punjab, que tem Lahore como capital. Os atentados de 26 a 29 de novembro na Índia, que mataram 174 pessoas – incluindo nove dos 10 terroristas – foram “uma operação de comando como esta”, acrescentou Farooq. “São terroristas treinados e atacaram de forma planejada”. “Pareciam ser pashtuns”, completou, em uma referência à etnia encontrada nas regiões noroeste do Paquistão, na fronteira com o Afeganistão, um reduto dos talibãs.

O governo da Índia manifestou “comoção” com o atentado e afirmou que Islamabad deve adotar “medidas significativas” para desmantelar os grupos terroristas de seu território.

A Grã-Bretanha também condenou o atentado de Lahore. “Este ataque contra a equipe de críquete do Sri Lanka é insensato e chocante. Hoje é um dia sombrio para o esporte”, declarou o ministro britânico da Cultura e Esportes, Andy Burnham.

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