Os oito agentes da polícia Sul-africana acusados do brutal assassinato do cidadão moçambicano Mido Macia, algemando-o a uma viatura policial e arrastando-o por centenas de metros, vão permanecer detidos enquanto aguardam pelo pedido de liberdade sob fiança até ao seu julgamento.
Os acusados não chegaram a apresentar-se no tribunal de Benoni nesta Segunda-feira (4), como estava inicialmente previsto, devido a um pedido por parte das autoridades que investigam o assassinato para que sejam submetidos a identificação por testemunhas.
A autópsia revelou que o jovem taxista, residente na África do Sul desde os 10 anos, morreu duas horas e meia após sofrer ferimentos na cabeça e uma hemorragia interna. Além de querer identificar os oito polícias, a justiça sul-africana quer também saber se o homem foi agredido pelos agentes no interior da esquadra, o que os tornaria culpados de homicídio premeditado, punível com pena de prisão perpétua.
Entretanto o Procurador público December Mthimunye solicitou a não divulgação dos nomes nem das imagens dos acusados. “A divulgação (das imagens e nomes)mnão é do interesse da justiça e poderá prejudicar a acusação”
O advogado de defesa Pat Sithole solicitou também que os oito policias sejam mantidos nas celas das esquadras Benoni ou Boksburg, e não transferidos para centros de detenção, até que aconteça a audiência sobre o pedido de fiança.
O juiz Samuel Makamu aceitou ambos pedidos. Macia de 27 anos morreu devido a hemorragias internas em resultado dos ferimentos que contraiu enquanto foi arrastado pela viatura da polícia e outros ferimentos alegadamente resultantes de posterior tortura.