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Assassino confesso de criança aponta inspector do Conselho Municipal da Beira como mandante do crime

O inspector-geral do Conselho Municipal da Beira (CMB), Chico Simão Chimuaza, semana passada detido pela Polícia por ordens da Procuradoria Provincial de Sofala, é indiciado de ter sido o mandante do crime que envolve Daniel Afonso Sousa, que há alguns dias decepou a cabeça de uma criança sua vizinha, de oito meses, no bairro da Munhava.

Segundo o jornal Diário de Moçambique, Chico Chimuaza, tido como empreendedor, com negócios na cidade da Beira, no centro de Moçambique, foi detido na sua própria residência, na Munhava, e conduzido às celas da Polícia de Investigação Criminal (PIC), acusado de prática de homicídio voluntário qualificado. A figura do inspector-geral do CMB é apontada por Daniel Afonso Sousa, o primeiro indivíduo a ser encarcerado quando estava na posse de uma cabeça de criança, como mandante do referido crime.

Esta segunda-feira, no bairro da Munhava, Daniel Afonso Sousa disse que Chimuaza foi quem o mandou cortar a cabeça daquela criança em troca de 100 mil meticais, dinheiro que seria pago numa única prestação, na Praia Nova, próximo do local onde foi interpelado e posteriormente preso pela Polícia. Daniel Sousa esteve ontem naquele bairro numa cerimónia organizada pela Polícia, para apresentar dez supostos criminosos, entre os quais indiciados por crimes de homicídio e assaltantes de bens em residências e na via pública.

De acordo com o Diário de Moçambique, o assassino confesso foi frontal nas suas declarações, apontando Chimuaza como quem o levou a cometer um crime. “Eu frequentava a casa deste senhor para pedir emprego, uma vez ser influente economicamente no bairro, e, num destes dias, ele disse-me que não havia emprego para mim, mas que se quisesse aceitar um desafio de procurar uma cabeça de criança iria pagar-me 100 mil meticais na hora. Na altura não perguntei a razão dele pretender comprar cabeça de uma pessoa, apenas aceitei entrar no desafio”, disse Daniel, acrescentando que, para manter segredo no bairro, Chimuaza deu-lhe instruções para que o “negócio” fosse feito fora de Munhava. “Depois de o ter contactado a informar que tinha a cabeça, ele disse-me que nos deveríamos encontrar na baixa da cidade, numa esquina próximo da Farmácia Ultramar, na área da Praia Nova. Mas quando estava a caminho do local fui interpelado pela Polícia e fiquei preso”, contou a fonte.

O jornal editado na cidade da Beira acrescenta que Daniel disse ter aceite o desafio de procurar, identificar e decepar cabeça de uma criança por uma questão de necessidade: “Eu precisava do dinheiro. Cheguei a pedir um adiantamento do valor, mas ele disse que, por motivos de falta de confiança, não me podia dar. Eu tinha que trazer a cabeça e receberia o montante na hora”. Após a detenção do presumível assassino, nas primárias investigações feitas pela Polícia, ele alegadamente tentou enganar às autoridades, dizendo que levava consigo na pasta que trazia uma cabeça de porco, a ser entregue a um fulano no mercado da Praia Nova.

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