Dando corpo a um “namoro” irrecus]avel da Liga Muculmana (que se arrastava h]a algum tempo e consubstanciado em salário e benesses relativamente principescas), o controverso técnico moçambicano de futebol Artur Semedo rubricou, há dias, um vínculo contratual para treinar a respectiva equipa na edição do Moçambola da próxima época de 2010.
Sublinhe-se que, além do aliciante (conquanto substancialmente inferior ao do seu antecessor)) salario mensal líquido de 150 mil meticais, equivalente a mais de dobro do que auferia no Desportivo de Maputo, com o qual este ano sagrou-se vice-campeao nacional, Semedo beneficiará, entre outros benesses, de renda de habitação, automóvel, telefone e de um prémio de 80 mil dolares norte-americanos, caso ganhe o campeonato nacional.
Apraz-nos verificar que, finalmente, começam a ser potenciados os pressupostos para a propalada e ansiada profissionalização do nosso futebol e o seu consequente ombrear com os países que, na região e no continente, ocupam posições de topo no desporto-rei. Aliás, conducentes ao resgate dos tempos áureos, em que o futebol moçambicano produziu e “exportou” jogadores de grande gabarito, que adregaram relevante prestigio, particularmente no panorama europeu e português (de que era o principal municiador). Onde “pegavam de estaca”, a exemplo de Eusébio, Coluna, Matateu, Vicente,Costa Pereira, Perides, Juca, Hilário, Rui Rodrigues, entre outros.
Urge, pois, que deixemos de subestimar os nossos técnicos e atletas, apetrechando-os da necessária capacitação e rodeando-os do imprescindível alento. Se aspiramos, de facto, a um efectivo desenvolvimento do futebol nacional e ao seu consequente retorno aos prestigiantes patamares em que esteve alcandorado no antanho.