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Após oito mulheres confessarem ser “donas” dos répteis

Após oito mulheres confessarem ser “donas” dos répteis

Habitantes de Malingapansi livres de ataques de crocodilos mágicos

Os habitantes de Malingapansi, posto administrativo que dista cerca de 62 quilómetros da vila de Marromeu, em Sofala, estão desde há algum tempo a esta parte livres de ataques de crocodilos, supostamente mágicos, que pululavam no rio Céu, um dos “braços” do rio Zambeze, em virtude de oito mulheres terem confessado ser donas dos répteis, às autoridades administrativas locais.

“Já acabámos com esses actos, na sequência dos encontros que mantivemos com as comunidades, donde saíram oito mulheres que confessaram possuírem crocodilos mágicos, que matavam pessoas para trabalharem nas machambas, e que superavam a produção, comparativamente às outras pessoas sem esse poder supernatural” – contou o chefe do posto administrativo de Malingapansi, região que possui 4.575 habitantes.

Raposo explicou que as mulheres mandavam, de forma mágica, os crocodilos para atacar as pessoas, e as vítimas visadas, quando se dirigissem ao banho ou à pesca, no rio Céu, perdiam a vida. Houve casos que, felizmente resultaram somente em ferimentos.

Sem mencionar os nomes das mulheres em referência, o nosso interlocutor disse que antes as pessoas não pescavam, nem iam buscar água e tomar banho no rio Céu mas, depois de resolvido o problema, já reina o sossego e as pessoas já se regozijam, porque este curso natural de água já não constitui perigo para as suas vidas.

Pelas contas feitas e segundo os registos oficiais, devido a ataques de crocodilos, num ano morreram oito pessoas, cinco das quais adultas e as restantes três jovens. Quatro das vítimas são mulheres, que deixaram igual número de bebés, agora ao cuidado das autoridades administrativas de Malingapansi, que providenciam leite e papas enriquecidas.

Segundo a fonte, a questão de ataques de pessoas por crocodilos constituía um “alcanhares de Aquiles” para os habitantes de Malingapansi. Acontecia que nessa região as famílias nunca iam aos cemitérios para sepultar os seus entes queridos, porque os corpos desapareciam nas águas do rio Céu.

“Mas depois deste ganho que tivemos, as pessoas já respiram de alívio, registam-se mortes por doenças, mas de forma esporádica. Estamos num à vontade e eu próprio navego de canoa livremente, facto que não se experimentava antes, quero dizer, nos primeiros meses da minha chegada a Malingapansi” – afirmou Raposo, explicando que “antes inteirei-me da tradição local e as comunidades explicaram-me que havia um problema que durava há séculos e daí reuni com as várias comunidades, em que acabaram por aparecer aquelas mulheres confessas”.

Outro conflito homem-animal em Malingapansi envolve búfalos da Reserva Especial de Marromeu.

No ano passado, uma criança foi atacada, tendo contraído inúmeros ferimentos. “Esses animais inquietam também, mas o mais grave eram os crocodilos” – anotou Raposo a terminar.

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