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Anúncio de manifestação da Renamo agita governo de Sofala

O Governo de Sofala anda está agitado – soube O Autarca de fonte bem colocada no executivo de Carvalho Muária. Tudo porque a Renamo em Sofala anunciou início de manifestações, no próximo dia 25 de Abril, segunda-feira, a seguir as comemorações da Páscoa.

A fonte indicou Carvalho Muária está seriamente apreensivo a ponto de viver desnorteado com o anúncio da convocação de manifestações pela Renamo, as quais terão como epicentro a cidade da Beira, a única urbe moçambicana controlada pela oposição.

O Autarca soube Carvalho Muária convocou uma reunião de emergência para esta manhã com todos membros do governo provincial e no período da tarde também deverá se reunir de emergência com todos funcionários públicos na cidade da Beira.

depois terá um encontro secreto com os responsáveis das forças de defesa e segurança. O objectivo desses encontros, segundo soube O Autarca, é delinear estratégias que permitam abortar a iniciativa da Renamo neste ponto do país.

E, porque amanhã é sexta-feira santa e logo a seguir é fim-de-semana e a Renamo anunciou início das manifestaçõs para segunda-feira próxima, Carvalho Muária e todo seu executivo tem apenas o dia de hoje para se preparar de modo a impedir a realização das manifestações, as quais coincidem numa altura em que a província prepara a visita do Presidente da República, a acontecer próximo mês, Maio.

Delegado da Renamo acusa Frelimo de usar sua máquina para desinformar

Entretanto, o delegado político provincial da Renamo em Sofala, Manuel Lole, acusou a Frelimo de usar a sua máquina propagandística para fomentar desinformação quanto a data do início das manifestações.

Lole, falando ao nosso jornal num contacto telefónico, disse que é a Frelimo que anda a dizer que as manifestações terão início no próximo dia 24 de Abril para criar confusão nas pessoas porquanto 24 de Abril é dia de Páscoa e a Renamo respeita os cristãos. Eles querem nos colocar numa situação conflituosa com os cristãos. Isso não é verdade.

Quem tem conflito com os cristãos é a Frelimo, que andou a transformar igrejas em arsenais, arrancou colégios da igreja católica para servir de escolas do partido, etc., etc. Manuel Lole reiterou as manifestações terão início no dia 25 e só poderão parar quando forem satisfeitas as exigências que a Renamo fez ao governo.

Disse que a única via de parar as manifestações é o governo da Frelimo se disponibilizar ao diálogo com a Renamo. Lole acusou a Frelimo de falta de interesse pelo diálogo, defendendo que só o dialogo poderia resolver as “nossas” preocupações.

“Nós estamos preocupados com o sistema de governação em curso no país, com a partidarização do Estado e das Forças de Defesa e Segurança”.

Também referiu-se as eleições, indicando que desde as primeiras em 1994 as eleições em Moçambique nunca foram livres, justas nem transparentes.

“Nós não podemos mais aceitar participar em eleições viciadas, mesmo que seja necessário pegar em armas para voltar a combater o regime estamos dispostos” – avisou.

A Renamo exige negociações com o governo sobre determinadas cláusulas do Acordo Geral de Paz, também conhecido por Acordo de Roma, firmado em Roma a 04 de Outubro de 1992. Entretanto, a Frelimo recusa e defende não há mais nada a negociar.

O delegado político provincial da Renamo em Sofala afirmou, entretanto, a alegação apresentada pela Frelimo de que a Renamo deveria recorrer a As-sembleia da República não convence porque a dita “casa do povo” é regida pelo voto maioritário falso da Frelimo.

“Já anunciamos o início das manifestações e caberá o próprio governo da Frelimo assumir as consequências que delas poderão advir” – concluiu Manuel Lole.

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