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Americanos, Africanos Aproveitam Cimeira Empresarial para Expandir Comércio

Empresários e investidores americanos e africanos encontrar-se-ão frente a frente para desenvolverem relações e estabelecerem e expandirem laços de negócios, comércio e investimento na Sétima Cimeira Empresarial Bienal EUA-África, que tem lugar em Washington de 29 de Setembro a 1 de Outubro. Kevin Boyd, director de Gabinete de África no Departamento Americano do Comércio – que está a ajudar a planear a cimeira – sentou-se com o America.gov para apresentar o evento, que está a ser organizado pelo Corporate Council on Africa (CCA). Boyd sente-se particularmente optimista acerca de mais empreendimentos americanos em Angola e no Ruanda.

“Temos chefes de estado de 10, talvez mais, países africanos que vêm à cimeira, juntamente com ministros do comércio e das finanças, que em muitas circunstâncias, estarão a chefiar uma delegação do seu sector privado, procurando parceiros empresariais nos Estados Unidos”, declarou. Boyd deu um exemplo para ilustrar o valor destas cimeiras:

“Estive na última cimeira na Cidade do Cabo [há dois anos] e, no primeiro dia, encontrei uma firma americana à procura de parceiros africanos para realizar alguns projectos. No segundo dia, encontrei uma firma africana que esperava encontrar uma firma americana com a qual pudesse fazer parceria em projectos imobiliários. Juntei as duas.Tem-se tantas oportunidades de fazer isso, que não se consegue de outra forma. Há companhias e firmas americanas à procura de parceiros e oportunidades de negócios e firmas da África Subsariana à procura de mesma coisa. Aqui há uma oportunidade de se reunirem no mesmo local e encontrarem esse tipo de parceiros”.

O que é atractivo, disse Boyd, é que há muitas vezes funcionários chave do governo tanto dos Estados Unidos como de países africanos presentes na cimeira, que podem ajudar, caso seja necessário, a facilitar um acordo comercial. “Negociações que levariam meses a arranjar, podem ser arranjadas em algumas horas”, afirmou. Boyd, que passou 10 anos a trabalhar no Departamento do Comércio no acesso ao mercado para firmas americanas no Sudeste Asiático antes de se ocupar do dossier africano, disse que em ambas os regiões o contacto frente a frente é particularmente importante.

“Negócios têm a ver com relações e as relações devem ser desenvolvidas primeiro. Como é que se faz isso? Faz-se conversando com alguém frente a frente”, disse ele. A cimeira é importante por mais duas razões: as empresas novas na região podem começar a explorar novas áreas geográficas de expansão e companhias já estabelecidas podem fazer novos contactos. “Do ponto de vista custo-benefício, podia-se gastar algum dinheiro em passagens aéreas e a organizar as coisas”, viajando para a região a fim de explorar oportunidades. “Sim podia-se fazer isso, mas pode-se querer começar por fazer isso primeiro na cimeira”, disse ele.

Boyd afirma que aconselha sempre as empresas americanas, que querem expandir-se para África, a começarem num país como o Canadá, aonde podem aprender os pontos fundamentais do comércio internacional mais perto de casa. Para os africanos, essa regra também pode ser útil: ao trabalharem para aumentar as relações comerciais regionais com os seus vizinhos, podem preparar-se para acordos comerciais mais complicados com os Estados Unidos e a Europa. Um país que mostra grande potencial para um maior envolvimento de empresas americanas, segundo Boyd, é Angola.

“Aqui está um país que antes da crise económica e financeira … tinha um crescimento de 15% a 20% por ano. Sim, tem uma recessão como muitos outros países, mas vai recuperar e ainda tem um enorme potencial de crescimento. Sim, temos algumas empresas americanas em Angola, mas podíamos ter muito mais”. Ele disse que os angolanos desejam que mais empresas americanas entrem no seu mercado. Recentemente, o governo dos EUA assinou um Acordo Quadro de Comércio e Investimento (TIFA) com Angola, que fornece um quadro no qual os negócios podem expandir-se.

Ele afirmou que existe um potencial enorme na infra-estrutura de transportes e nos sectores de construção imobiliária e comercial do país. “Pensamos tanto no clima empresarial em Angola, que vou enviar alguém da minha equipa a Angola por seis semanas como responsável comercial”, disse ele. Boyd também está optimista quanto ao Ruanda. Citou o recém-publicado relatório do Banco Mundial Doing Business 2010, que é publicado anualmente, para ilustrar a sua ideia. “Pela primeira vez desde que se começou a elaborar o relatório, o principal reformador é um país da África Subsariana”. O relatório diz que o Ruanda é um exemplo dos dividendos da paz e de boas políticas macroeconómicas. Nas dez áreas que o Banco Mundial avaliou para tomar essa decisão, o Ruanda implementou reformas em sete.

“Cento e oitenta e três economias fazem parte do estudo. No ano passado, [o Ruanda] estava em 143º lugar. Este ano está no 67º”, declarou. Boyd elogiou o governo do Presidente ruandês Paul Kagame por punir a corrupção. “As empresas americanas dizem-nos que estão a analisar com atenção muitas oportunidades ali, sobretudo porque sentem que estão em igualdade de condições” [ambiente económico justo] e isso é extremamente importante. A Libéria também está a proceder rapidamente a reformas na sua economia, segundo o relatório. As Maurícias são outro país que o relatório realça, notando que ascendeu aos 20 primeiros lugares para fazer negócios no mundo por causa da facilidade em fazer negócios aí.

“Esta é a primeira vez que um país africano se encontra entre os 20 primeiros no relatório do Banco Mundial”, explicou Boyd. A cimeira oferecerá aos participantes a oportunidade de explorarem as novidades em oportunidades de comércio e investimento nos sectores mais promissores de África, incluindo agro-negócios, electricidade, financiamento, saúde e infra-estruturas.

A reunião abrangerá mais de 50 sessões específicas dum sector em que tanto empresários americanos como africanos possam comunicar e interagir, transmitir notícias sobre os negócios e explorar acordos comerciais. Constituindo o comércio EUA-África apenas 3% do comércio total dos EUA, há um “potencial enorme de crescimento” segundo Boyd.

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