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Alemanha: semana de Moçambique encerra com pompa e circunstância

A semana de Moçambique na Alemanha encerrou Terça-feira, na cidade de Munique, com pompa e circunstância, numa cerimónia testemunhada por membros da nata empresarial e política alemã, bem como por moçambicanos residentes neste países europeu.

Os artistas moçambicanos que participaram nesta semana mais uma vez mostraram o que sabem fazer e o que Moçambique tem de melhor: a sua cultura. A cerimónia de encerramento iniciou com uma demonstração de música tradicional, na base da Timbila e outros instrumentos pela Companhia Nacional de Canto e Dança (CNCD), com a participação da antiga bailarina e actual directora artística, Pérola Jaime.

A timbila foi proclamada pela UNESCO como Obra-Prima do Património Oral e Imaterial da Humanidade. Depois da música tradicional, a CNCD apresentou as suas obras mais emblemáticas, nomeadamente “N’TSAY”, um bailado criado por David Abílio, que conta a história de Moçambique, e em “Moçambique o Sol Nasceu”, da autoria do mesmo coreógrafo, que é uma amostra das danças mais representativas do País inteiro.

Ainda na mesma noite, os músicos Stewart, Mingas, Wazimbo e Neyma, acompanhados pelas suas bandas, abrilhantaram a festa com as suas mais emblemáticas criações. Estes mesmos músicos, que fizeram sucesso no último espectáculo apresentado na cidade de Berlim, considerada a capital cultural da Alemanha, voltaram a “brilhar” no encerramento da semana. Nestes espectáculos, os músicos apresentaram os seus maiores sucessos, tendo o Stuwart apresentado, entre várias, a “Felizminha” e “Tukuraka”, a Mingas o “Nweti” e “Xikhongolotana”, Wazimbo trouxe “Nwa Holwana” e “Manindja”.

Neyma, uma das maiores atracções por causa da irreverência das suas danças, “brindou” os espectadores com as suas “marrabentas”. Durante a semana, os cantores fizeram-se acompanhar de outros profissionais, sendo de destacar o baterista Stélio Zoé, que também trabalha com os Kapa Dech, e outros artistas, o guitarista Dodó, baixista Nelton Miranda e Carlitos Gove, que também é baixista dos Ghorowane.

Ainda há a destacar os percussionistas Jorge César, Nelson Nifalica e Fernando Morte, este último igualmente “administrador” do batuque, no teclado estiveram Papi Miranda e Figas, e no coro Sheila, Filó e Sizaquel Matlhombe. Os cantores moçambicanos contaram ainda com os préstimos do austríaco Verney, no trombone.

Na semana de Moçambique na Alemanha, outros fazedores da arte e cultura moçambicanas, como os escritores Paulina Chiziane e Nelson Saúte, apresentaram a sua maneira de ver a literatura moçambicana e o seu próprio país, tendo participado em sessões de leituras com os literatas alemãs e outros estudiosos das literaturas africanas.

Enquanto isso, Mankeu Mahumana expôs as suas pinturas numa galeria em Berlim, que resultou na venda de parte da sua arte, o mestre Graça “deliciou” os moçambicanos e não só com o seu cozinhado tipicamente moçambicano. As esculturas dos artesãos ligados ao grupo de comércio livre, levada a Berlim por Utilia Aquino do FUNDAC, não foram expostas, uma vez que o material esteve retido pelas autoridades alfandegarias alemãs pelo menos até a última Segundafeira.

Durante o encerramento, o vice- Ministro da Educação e Cultura, Luís Covane, disse que é através da cultura que os moçambicanos melhor apresentam a sua identidade, bem como hábitos e costumes. Covane acredita que a realização de uma semana cultural de Moçambique na Alemanha foi a melhor forma de apresentar o país e as suas potencialidades.

“A apresentação de Moçambique através da cultura constitui uma forma de valorizar as nossas tradições e acreditamos que é a forma de chegar a qualquer parte. Notamos um engajamento dos artistas que com o seu espírito patriótico deram o seu melhor para representar de forma condigna o país”, referiu. Para Covane, a semana de Moçambique na Alemanha termina, porém permanece a determinação de continuar a manter e alargar as relações de cooperação bilateral, com destaque para a cultural.

“A semana termina mas marca o inicio de uma cooperação mais estreita e profícua entre os dois países” salientou, acrescentando que “Moçambique está mais estável, aberto e em condições para obter investimento estrangeiro e participar no comercio internacional. O Governo está a fazer todos os esforços para melhorar o ambiente de negócios”.

Por sua vez, o Embaixador de Moçambique na Alemanha, Carlos Santos, disse que durante a semana os moçambicanos mostraram o que melhor sabem fazer nos vários domínios da arte. Santos não garantiu se a iniciativa será continua, mas disse que foi uma boa experiência e um marco importante nas relações entres os povos moçambicano e alemão, uma vez que pouco se conhece de Moçambique havendo “casos de pessoas que pensam que o país ainda está em guerra, quando já pertence ao passado”.

A semana vinha decorrendo desde o passado dia 22 de Junho ultimo, tendo envolvido várias cidades alemãs, como Berlim, Hamburgo, Estugarda, Munique, entre outras. Durante esta semana, os moçambicanos dispertaram a atenção de curiosos e até outros interessados na arte e cultura moçambicanas.

A Semana de Moçambique na Alemanha insere-se na divulgação das potencialidades culturais, turísticas e artísticas do país, como também reavivar a chama patriótica dos moçambicanos lá residentes, a amizade e cooperação com este Estado europeu. Visava ainda apresentar as potencialidades económicas do país, bem como as oportunidades de investimentos existentes nos vários sectores com destaque para infra-estruturas, energia e turismo.

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