A Amnistia Internacional (AI) qualificou esta sexta-feira a decisão das autoridades Costa marfinenses de transferir o ex-líder dos Jovens Patriotas, Charles Blé Goudé, para o Tribunal Penal Internacional (TPI) de etapa importante para se fazer justiça às vítimas da crise pós-eleitoral de dezembro de 2010 a abril de 2011.
Num comunicado transmitido à agência PANA, o diretor adjunto da AI para a Lei e Política, Tawanda Hondora, declara que o caso de Blé Goudé preocupou esta organização de defesa dos direitos humanos durante muito tempo. “As autoridades da Costa do Marfim deverão, o mais cedo possível, entregar Charles Blé Goudé ao Tribunal Penal Internacional como o prometeram, dando esperança a algumas vítimas da violência que marcou o país durante seis meses entre 2010 e 2011”, acrescenta.
A AI sublinha, por outro lado, que o atraso registado na transferência de Blé Goudé continua a ser uma preocupação. “As autoridades costa marfinenses devem garantir que os direitos do suspeito sejam respeitados durante a sua transferência para Haia”, indica o comunicado.
A AI recomendar à Costa do Marfim para entregar imediatamente a ex-Primeira Dama, Simone Ehivet Gbagbo, ao TPI, onde ela está a ser processada por presumíveis factos de crimes contra a humanidade.
Detido no Gana e extraditado para a Costa do Marfim desde 17 de janeiro de 2013, Blé Goudé é procurado pelo TPI enquanto coautor indireto em quatro acusações de crimes contra a humanidade.