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Ahmadinejad é investido e promete resistir às potências opressoras

Ahmadinejad é investido e promete resistir às potências opressoras

O presidente ultra conservador iraniano, Mahmud Ahmadinejad, afirmou esta quarta, durante seu discurso de posse de seu novo mandato ante os membros do parlamento, que o Irã continuará com sua resistência frente às “potências opressoras”. O acto de posse foi boicotado pela oposição, enquanto que, do lado de fora do parlamento, a polícia dispersou centenas de manifestantes que pretendiam se manifestar contra a cerimónia.

“Resistiremos aos países opressores e vamos continuar atuando para mudar os mecanismos discriminatórios no mundo, em benefício de todas as nações”, declarou o presidente reeleito. “A epopeia da eleição presidencial de 12 de Junho é o início de mudanças importantes no Irã e no mundo”, assegurou o presidente ultra conservador. Ele também assinalou que não presta qualquer atenção ao fato de que os Estados Unidos não o tenham felicitado pela reeleição porque “ninguém no Irã espera uma mensagem de felicitações dos ocidentais”. “Disseram que reconhecem a eleição, mas não mandariam uma mensagem de felicitação. Isso significa que querem a democracia apenas quando convém a seus próprios interesses e não respeitam os direitos dos povos”, afirmou.

“Pois saibam que no Irã ninguém espera por suas mensagens de felicitações”, enfatizou Ahmadinejad, cuja reeleição para um segundo mandato desencadeou em junho a maior crise politica do país desde a instauração do República Islâmica em 1979. A Casa Branca reconheceu que Ahmadinejad era o presidente eleito, mas indicou que não tinha intenções de felicitá-lo pela posse. Várias personalidades do regime não assistiram à cerimónia, entre eles o ex-presidente Akbar Hachemi Rafsanyani, que preside duas instituições chave para o poder.

O candidato reformista, Mehdi Karubi, ex-presidente do parlamento, e o ex-presidente reformista Mohamad Khatami, assim como o líder do movimento de protesto contra a reeleição de Ahmadinejad, o candidato derrotado Mir Hossein Moussavi, também não estiveram presentes. Karubi e Musavi continuam reclamando novas eleições. Segundo o site do grupo parlamentar reformista, apenas 13 dos 70 deputados do grupo assistiram ao ato. O Parlamento, dominado pelos conservadores, conta com 290 membros. Alguns deputados abandonaram o salão no momento do discurso de Ahmadinejad, confirmado em suas funções na segunda-feira pelo guia supremo, o aiatolá Ali Khamenei.

Do lado de fora do Parlamento, a polícia anti distúrbios e os milicianos islamitas dispersaram várias centenas de manifestantes que gritavam contra Ahmadinejad. A polícia lançou gases lacrimogéneos e prendeu vários manifestantes. O comércio dos arredores do Parlamento permaneceram fechados. Inúmeros policiais também foram postados nas principais avenidas e praças do centro da capital. O movimento de protesto contra a vitória de Ahmadinejad exige uma nova eleição presidencial.

Cerca de trinta pessoas morreram os protestos que se seguiram à eleição e 2.000 foram presas, a maioria das quais libertadas em seguida, com excepção de cem pessoas que estão sendo julgadas por um tribunal revolucionário. Ahmadinejad dispõe agora de duas semanas para apresentar os membros de seu governo ante o Parlamento e obter um voto de confiança.

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