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Agentes da Polícia detidos na Matola por roubo de combustível

Cinco membros da Polícia da República de Moçambique (PRM), entre eles uma mulher, encontram-se privados de liberdade, desde segunda-feira (27), suspeitos de envolvimento no roubo de combustível no Parque Industrial da Matola, uma zona onde no ano passado pelo menos 16 pessoas morreram em resultado duma explosão quando tentavam roubar o mesmo produto.

Os policiais em causa, na sua maioria jovens, tinham sido confiados a missão de proteger o local devido a constantes roubos de combustível, sobretudo à noite.

Todavia, em vez vigiarem o sítio, os visados teriam, supostamente, se dedicado à drenagem de diesel para vários recipientes com o intuito de alimentar o mercado informal. Aliás, de há dias a esta parte, a corporação tem apreendido centenas ou mesmo milhares de litros de combustível à venda no mercado negro. Trata-se de um negócio já com barbas brancas, mas que as autoridades não conseguem tratar por completo, pese embora os riscos que acarreta para os praticantes e seus clientes.

No Parque Industrial da Matola, a Polícia descobriu que já tinham sido baldeados pelo menos 9.770 litros de combustível e uma parte significativa estava para ser transportada através de um minibus em tanques com capacidade de acondicionar centenas de litros.

A outra parte seria transportada em galões de 20 a 25 litros através de camiões basculantes.

As vasilhas eram enchidas de tal sorte que derramavam o produto a ponto de representar um verdadeiro perigo, sobretudo em caso de alguma chama ou mesmo faíscas.

Para lograrem os seus intentos, os indiciados violavam as condutas do referido combustível a até faziam adaptações nas mesmas ligações com o intuito de facilitar a operação maliciosa.

A Polícia está no encalço nos donos das referidas viaturas, os quais fugiram mas foi possível confiscar a documentação e os telemóveis de alguns deles.

Em declarações à imprensa, um dos agentes da PRM envolvidos no caso alegou que no dia em que o roubo aconteceu eles estava a dormir no posto de controlo.

Para o seu espanto, de repente, os seus colegas acordaram-no e ordenaram para que entrasse no carro da corporação. “Pensei que fosse o chefe de inspecção”, uma vez que estava a dormir em pleno horário de serviço, porque o colega que devia lhe substituir no turno demorou chegar.

Nesse dia, defendeu-se o agente, fazia muito frio, pelo que não resistiu e dormiu. Ele jurou de pés juntos não ter participado no crime e não tem ideia do que aconteceu.

Um outro policial contou que na qualidade de oficial de permanência tem a tarefa de se ausentar do seu lugar para ver perceber em que situação os postos dos outros colegas se encontram.

Durante esse trabalho, ele foi barrado por um carro da Polícia, tendo os colegas ordenando para que também lhes acompanhasse. “O oficial de sala, que esteve no regimento” no dia em que o roubo se deu, “telefonou-me a perguntar onde é que eu estava. Respondi que estava na zona da Petromoc”.

Na sequência desta conversa, o referido oficial questionou o colega ora preso, para onde se dirigia, tendo este respondido que, sendo oficial de permanência, estava a controlar os postos. “Fui à sala do regimento e o oficial disse tira os telemóveis e deixa sobre a mesa. Perguntei porquê”.

“Toda a equipa que estava no controlo não se apercebeu da existências dos carros lá dentro [do Parque Industrial da Matola]. Para nós foi estranho porque durante o nosso turno não entrou nenhum carro” desconhecido, narrou o outro detido.

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