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África do Sul: Amplats anuncia despedimento de seis mil mineiros

A líder mundial de produção de platina, a Anglo-American Platinium (Amplants), anunciou na semana passada o despedimento de seis mil colaboradores, o que provocou a ira no seio da sociedade sul-africana, que considera que o Governo de Jacob Zuma tomou uma decisão infantil ao permitir que tal acontecesse.

Este anúncio fez crescer os receios de novos conflitos no sector mineiro da África do Sul, pois a medida irá abranger minas situadas nas proximidades de Rustenburg, a cerca de 120 quilómetros da cidade de Joanesburgo, tido como o núcleo das violentas greves do ano passado.

Segundo justificou a Amplants, as perdas do ano passado, avaliadas em cerca de 140% dos lucros, estão por detrás desta decisão. Os sindicatos anunciaram a realização de mais greves caso esta medida seja implementada, uma vez que já se tinham mostrado contra a mesma.

Com o provável corte de cerca de seis mil empregos, a capacidade de produção irá reduzir para 250 mil onças no presente ano, cerca de 11% da produção comparativamente ao ano passado. Depois do massacre que ditou a morte de 34 mineiros no ano passado, que reivindicavam um aumento salarial e melhorias nas condições de trabalho, as minas da região têm registado várias ondas de greve e de confrontações sindicais com recurso a armas e à violência. Só nas minas controladas pela Amplants, em Fevereiro último, cinco mineiros foram mortos pelos guardas em disputas entre o sindicato tradicional, a NUM, e o sindicato recém-formado, a AMCU. As grandes ondas de violência no sector mineiro sul-africano estão a assustar e a afugentar os investidores.

Em Janeiro último, o consórcio havia anunciado um plano de contingência que levaria ao despedimento de cerca de 14 mil mineiros, numa tentativa desesperada de poupar 429 milhões de dólares por ano. A Amplants defendeu na altura que esta medida continuava abaixo dos seus objectivos e que por isso iria retirar-se das zonas conflituosas e dividir a operação de Rustenburg em três unidades. A medida não foi bem vista pelo Governo e depois de intensas negociações a companhia concordou em rever a sua decisão.

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