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Acusados de feitiçaria: “Sant’ Egídio” repudia assassinato de anciãos

A Comunidade de Sant’ Egídio repudia o assassinato dos anciãos João e Percina Simbine, ocorrido no domingo passado, na Matola “H”, província de Maputo, Sul do país, acusados de feitiçaria.

Num comunicado, a Comunidade de Sant’Egídio classifica de chocante o assassinato dos dois irmãos, de 75 e 80 anos, respectivamente.

O assassinato daqueles dois anciãos foi perpetrado pelas suas sobrinhas que os acusavam de estar envolvidos, de forma obscura, na mortes dos seus progenitores.

Assim, a “Sant’Egídio” junta-se a outras vozes da sociedade civil moçambicana que repudiam o assassinato dos irmãos Simbine. No mesmo comunicado, a Comunidade de Sant’Egídio explica que “em Moçambique, como em muitos países africanos, nos últimos tempos, tem aumentado o número de idosos, apesar da esperança de vida estar abaixo dos 40 anos por causa da pandemia do HIV/SIDA.

Graças a melhores condições de vida, muitas pessoas atingem idades há algum tempo não esperadas”. De acordo com aquela organização não-governamental italiana, o facto de existirem pessoas que conseguem atingir os 60 anos ou mais, numa altura em que adolescentes e jovens morrem prematuramente devido ao SIDA, leva algumas pessoas a associarem o envelhecimento às práticas de feitiçaria.

Por essa razão, os idosos são vítimas da superstição ou das tradições locais alimentadas por algumas pessoas que chegam a acusá-los de roubar a vida aos mais jovens por via do obscurantismo.

“Foi o que aconteceu a João e a Percina, mais duas vítimas da ignorância e do não respeito pela vida humana”, sublinha o comunicado. A Comunidade de Sant’Egídio defende ser necessário e urgente a protecção dos idosos, bem como a adopção de medidas que tirem este grupo de pessoas do isolamento a que estão sujeitos na sociedade moçambicana.

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