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Actual padrão de produção de energia é ameaça para a paz e segurança continental

O padrão de produção de energia em África é “insustentável” para o ambiente e uma “ameaça para a paz e segurança continental”, alertou o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), numa reunião sobre energia que decorre em Maputo. Através do seu representante na Conferência dos Ministros da Energia de África, que decorre desde segunda- feira na capital moçambicana, o vice-presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Bobby Pittman, considerou que a agricultura e segurança alimentar africanas estão em perigo, com o actual modelo de produção e consumo energético, assente na destruição das florestas para o cultivo e para a produção da lenha.

“O padrão prevalecente de produção e consumo de energia no continente é insustentável para as nossas florestas, para as nossas capacidades de adaptação e para a competitividade das nossas economias”, refere Bobby Pittman.

Como resultado, alerta o vice-presidente do BAD, “metade do continente vai enfrentar a pressão da água até 2030, as doenças vão propagar-se e o risco de submersão de áreas costeiras poderá forçar a uma maior movimentação de populações, o que terá um impacto negativo sobre a paz e segurança”.

Realçando que África é responsável por apenas quatro porcento das emissões de dióxido de carbono em todo o mundo, o vice-presidente do BAD destaca que a forma como é produzida e consumida a energia no continente reduz a sua capacidade de adaptação aos desafios das mudanças climáticas e mina a competitividade das economias. “Deste modo, o continente é altamente vulnerável às mudanças climáticas. Por isso, o esforço africano deve concentrar-se num acesso universal à energia baseado na utilização eficiente de todas as formas de recursos, incluindo a energia hídrica, solar, eólica, geotérmica, petrolífera e gás”, diz ainda Bobby Pittman.

Nesse quadro, a aposta do BAD, segundo o seu vicepresidente, é mobilizar recursos para a construção de estruturas energéticas baseadas numa baixa emissão de gases poluentes. A Conferência dos Ministros da Energia de África, que termina na sexta-feira, debate o acesso universal à energia em África, a mobilização do financiamento para projectos energéticos, a produção eficiente e sustentável de energia, entre outros tópicos.

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