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ACNUR saúda decisão do Malawi de reabir ex-campo para refugiados moçambicanos

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) congratulou-se terça-feira com a decisão do Governo malawiano de reabrir um ex-campo de refugiados para fazer face ao fluxo crescente de pessoas que fogem o conflito interno em Moçambique.

Esta decisão foi anunciada sexta-feira última e envolve a reabertura do campo de Luwani, que albergou refugiados moçambicanos durante a guerra civil de 1977 a 1992 e que tinha sido encerrado em 2007. A representação do ACNUR anunciou que preparativos estão em curso para a reabertura do campo, situado a 65 quilómetros no interior do Malawi, que cobre uma superfície de mais 160 hectares, segundo um comunicado transmitido à PANA.

“Os refugiados disporão de melhores infraestruturas e serviços no local como saúde, educação, água e proteção e, sobretudo, será mais seguro”, declarou o porta-voz do ACNUR, Leo Dobbs, à imprensa em Genebra, sublinhando que o campo de Kapise, a apenas cinco quilómetros da fronteira, será utilizado principalmente como centro de trânsito. Ele indicou que a maioria dos recém-chegados estiveram em Kapise e até agora nove mil e 600 pessoas foram recenseadas pelo pessoal do ACNUR e pelos agentes do Governo.

Com os refugiados que esperam recenseamento o número total representa quase 11 mil 500 pessoas. As chegadas passaram de quase 130 pessoas por dia no fim de Fevereiro último para quase 250 por dia actualmente.

Vários parceiros, dos quais o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Programa Alimentar Mundial (PAM) e os Médicos Sem Fronteiras (MSF), garantem serviços essenciais em Kapsie, como a instalação de poços de água, a distribuição de víveres e tratamentos médicos, mas as condições continuam a ser geralmente difíceis.

O comunicado indica que os moçambicanos que chegaram antes este ano declararam terem fugido a vários ataques mortais contra as suas aldeias. Os refugiados recém-chegados explicaram que eles fugiam devido aos confrontos de Março corrente entre as forças governamentais e a RENAMO, ex-movimento rebelde e actual principal partido da oposição, que quer tomar o controlo das seis províncias do norte, nomeadamente Manica, Sofala, Tete, Zambezia, Nampula e Niassa.

A falta de financiamento para o ACNUR e as outras organizações representa um problema. Quase um milhão e 800 mil dólares americanos são necessários para fazer face às necessidades imediatas, mas é necessário mais do que esta soma para fazer face ao número crescente de chegadas.

O Malawi acolheu igualmente 25 mil refugiados, principalmente da região dos Grandes Lagos e do Corno de África, no campo de Dzaleka, a 50 quilómetros da capital, Lilongwe. Este campo está cheio e as rações alimentares foram reduzidas 50 porcento desde Outubro último e os recursos para assistir os refugiados são limitados.

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