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Acidentes com minas, 24 mortos e 32 feridos

Nos últimos três anos registaram-se em Moçambique 28 acidentes com minas e outros engenhos explosivos, cujo saldo foram 56 vitimas, das quais 24 mortais e 32 feridos, anunciou, quarta-feira, em Maputo, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MINEC), Henrique Banze.

“Nos últimos três anos registaram-se 28 acidentes com minas e outros engenhos explosivos, que provocaram 56 vitimas, das quais 24 mortais e 32 feridos. Estes acidentes ocorreram na sua maioria com jovens e crianças em idade escolar” afirmou.

O ministro falava durante a sessão de abertura da apresentação do balanço das actividades do Programa de Acção sobre Minas 2008-2010.

Segundo Banze, o programa de desminagem implementado nas últimas duas décadas, tem vindo a registar progressos notáveis e encorajadores, com um impacto notável no seio das populações e para o desenvolvimento do país. Contudo, advertiu Banze, as minas implantadas no país, continuam a causar danos mortais e mutilações no seio das comunidades.

Por exemplo, o Instituto Nacional de Desminagem (IND) registou 16 acidentes com minas e outros engenhos explosivos ao longo do ano de 2010, que causaram 34 vítimas, sendo sete óbitos e 27 feridos. Deste últimos, quatro são separadores que contraíram ferimentos durante as operações de desminagem.

O número de acidentes regista uma subida comparativamente ao ano anterior, cujo saldo foram nove acidentes e 19 vítimas. Com relação ao ano de 2008, registaram-se três acidentes que provocaram igual número de óbitos e quatro feridos.

Como forma de reduzir o número de acidentes, Banze disse terem sido realizadas acções de sensibilização no seio das comunidades para a sua prevenção, incluindo palestras e formação de agentes comunitários de educação cívica, que beneficiaram 14.674 pessoas.

O Plano Nacional de Acção contra Minas (PNAM) 2008-2014, previa uma redução significativa do problema de minas na ordem dos 60 por no período 2008-2010, durante o qual foram libertadas 499 áreas, correspondente a 12,2 milhões de metros quadrados, que se encontravam bloqueadas devido a confirmação ou suspeita de presença de minas anti-pessoal. No mesmo período foram destruídas 2.679 minas terrestres e 1.514 engenhos não-explodidos.

Por seu turno, o chefe de Plano de Operações de Desminagem, Belchior Martins, disse que a estratégia de desminagem distrito por distrito resultou na libertação adicional de 178 áreas, cerca de 5,5 milhões metros quadrados, que não haviam sido reportados pela pesquisa de base de 2007/2008.

Segundo Martins, foram objecto de pesquisa e desminagem, dada a obrigatoriedade dos operadores investigarem todas as situações de suspeita que sejam comunicadas pelas comunidades. Para a implementação do PNAM 2008-2014, foram disponibilizados 25 milhões de dólares, valor desembolado pelo governo e parceiros.

Martins disse que no âmbito de implementação do PNAM ainda existem por desminar 103 novas áreas suspeitas, numa extensão de 5,6 milhões de metros por quadrados, o que pressupõe a necessidade de mais 11,2 milhões USD adicionais, para efeitos de desminagem.

Dados não definitivos, apontam para uma extensão de 440.000 metros quadrados, correspondente aos 11,5 km que constitui a cintura minada da Hidroeléctrica de Cahora Bassa.

Com relação as áreas minadas existentes na linha de transporte de energia eléctrica Maputo-Komatiport, faltam ainda por desminar 127 torres de alta tensão, de um total 235 identificadas como minadas.

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