O presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, à frente do país desde 1999, jurou nesta segunda-feira o seu cargo como chefe de Estado após sua vitória nas eleições presidenciais de 17 de abril, nas quais obteve 81,49% dos votos. Sentado numa cadeira de rodas em consequência de um acidente vascular cerebral sofrido em abril de 2013, Bouteflika, de 77 anos, pronunciou com uma voz frágil o juramento com a mão direita sobre o Corão, em cerimónia realizada no Palácio das Nações e que foi precedida por um desfile militar.
O principal bloco parlamentar da oposição “Argélia Verde”, de tendência islamita, boicotou a cerimónia por considerar parte de uma “farsa eleitoral”, segundo um comunicado.
O partido opositor laico Frente de Forças Socialistas (FFS), original da Cabília argelina, também não compareceu ao ato, em resposta à repressão violenta de uma manifestação realizada em 20 de abril na região de Tizi Ouzou. O FFS, que não participou das passadas eleições nem apoiou o boicote eleitoral, assegurou em comunicado que sua postura “deve ser entendida como uma chamada às autoridades para que garantam de maneira efetiva as liberdades democráticas e assegurem a proteção de todos os cidadãos mediante a iniciada de um Estado de direito”.
Várias forças políticas da oposição qualificaram de fraudulentas as eleições nas quais Bouteflika venceu no primeiro turno, seguido do ex-primeiro-ministro Ali Benflis, que alcançou 12,3% dos votos.