O próximo mês de Abril afigura-se deveras negro no mercado panificador moçambicano por causa da “grave” falta de trigo que se perspectiva, tudo por causa do impacto negativo das cheias, ciclones e queimadas que fustigam a Austrália e Rússia, principais fornecedores daquele cereal ao país, segundo prognósticos avançados pelo Ministério da Indústria e Comércio (MIC).
Moçambique produz cerca de 23 mil toneladas de trigo, importando em média anual cerca de 480 mil toneladas daquele cereal proveniente, na sua maioria, da Rússia e Austrália, “onde nos últimos tempos a cultura está a ser destruída por desastres naturais”, de acordo com Armando Inronga, ministro da Indústria e Comércio, sem indicar a quantidade total de trigo importado por Moçambique daqueles dois países.
Entretanto, aquele governante frisou que até finais de Março de 2011 “não haverá falta e nem alteração do preço de trigo no país”, realçando, contudo, que “a escassez daquele produto deverá fazer-se sentir a partir de Abril próximo”.
A fraca capacidade de armazenamento daquele produto foi apontada por aquele dirigente como estando a “perpetuar” a dependência das importações daquele cereal, facto que, entretanto, “poderá ser minimizado com a inauguração do primerio silo de trigo”, em meados do presente ano de 2011, na província central de Sofala.
Refira-se que o trigo de Moçambique é produzido nas regiões de Xai-Xai e Chókwè, província de Gaza, Sussundenga e Tsangano, em Manica, Matama e Lichinga (Niassa).
Estudos desenvolvidos pelo Ministério da Agricultura indicam ainda que Chemba e Beira, na província central de Sofala, Montepuez, em Cabo Delgado, e Matutuíne, em Maputo, dispõem igualmente de potencialidades para produção daquele cereal.