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“A Renamo não tem nada a ver com o rapto do cidadão português”, António Muchanga

A Renamo desmente as declarações do ministro do Interior, Jaime Basílio Monteiro, em Portugal, na semana passada, segundo as quais está envolvida no rapto do empresário português, em Julho do ano findo, no distrito de Gorongosa, província de Sofala, e considera “absurda a posição do enviado” do Presidente da República, Filipe Nyusi àquele país, bem como “está a prestar mau serviço ao Estado”.

“A Renamo não tem nada a ver com o rapto do cidadão português (…). Houve pessoas que se voluntariaram para ajudar nas investigações e o Governo recusou”, afirmou António Muchanga, porta-voz daquele partido, em declarações à Lusa.

Em Portugal, Jaime Monteiro tentou suavizar o mal-estar diplomático existente entre Moçambique e aquele país, por conta do rapto do empresário agrícola, tentou alegado que “prosseguem as investigações tendentes a apurar a situação” da vítima. Estas palavras defraudaram as expectativas do Executivo português.

Segundo o jornal Público, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro António Costa, obtiveram do enviado de Filipe Nyusi “apenas uma resposta evasiva”.

Jaime Monteiro foi mais longe ao alegar ainda que “há suspeitas de que a Renamo, que mantém bases armadas na Gorongosa, esteve envolvida no rapto, segundo dados transmitidos pela família do empresário”.

Em reposta, as autoridades locais disseram que “Lisboa acredita que há indícios fortes de que a Renamo não teve nada a ver com o caso” e “devem ser investigadas outras pistas”, disse o Público.

Por sua vez, António Muchanga “quem não deve não teme, pelo que apelamos ao bom senso por parte dos enviados de Nyusi, só dessa maneira demonstrará que está a negociar a paz de coração aberto, não podemos nos deixar enganar”.

Nas suas declarações à Lusa, o porta-voz do maior partido da oposição moçambicana disse que “passam mais de oito meses, os familiares do desaparecido vieram várias vezes a Moçambique para falar com as entidades oficiais e o Governo nunca disse esta versão. É uma tentativa de tapar o sol com a peneira, o que pode manchar o bom nome de um Estado da dimensão do nosso Estado”.

Na prática, as relações diplomáticas com Moçambique estão congeladas”, disse ao Público um alto quadro do Estado. Por sua vez, um investigador disse ao mesmo órgão que “Moçambique está a brincar com o fogo. Este tipo de actuação faz fechar portas e torneiras. Não me espantaria se alguns investimentos fossem cancelados.

Os investidores têm de sentir-se seguros e, no mínimo, saber que as autoridades cooperam se um funcionário seu desaparece”.

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